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21 de Janeiro de 2022
Suinocultura ganha competitividade com inseminação artificial

Especialista ouvido pelo DC afirma que medidas podem contribuir para maior eficiência do setor
Em um período de custo elevado, suinocultores podem adotar medidas para tornar a produção mais eficiente e produtiva. Entre os cuidados que já são adotados estão a inseminação artificial, que ajuda a acelerar o ganho genético. Além disso, é necessário cuidar do manejo e, principalmente, da nutrição do rebanho, utilizando produtos adequados a cada ciclo das matrizes. Com os cuidados, a produção tende a ser mais eficiente, ganhando competitividade e gerando oportunidades de atender ao mercado, inclusive, o externo. As exportações têm sido importantes para minimizar o aumento dos custos, uma vez que o dólar segue valorizado.
De acordo com o gerente de Nutrição Suínos da Vaccinar, Lisandro Haupenthal, a suinocultura comercial e tecnificada já utiliza a inseminação artificial em 100% das matrizes. Porém, o diferencial para uma boa produção é a escolha de bons reprodutores.
“Com a IA e bons reprodutores é possível melhorar o ganho genético da produção. Ao invés de usar um macho para cobrir 20 a 30 fêmeas na granja, esse macho na central de produção de sêmen pode atender mais de 100 matrizes. Desta forma, é possível escolher os melhores machos para serem doadores e melhorarem o ganho genético mais rápido na suinocultura”, explica.
Além da melhoria genética, os cuidados com as matrizes que serão mantidas no plantel são essenciais. Ter matrizes altamente produtivas e produzindo por mais tempo é fundamental para o bom desempenho das granjas. E os cuidados para que isso aconteça devem ser iniciados com os animais ainda jovens.
“Para ser uma boa reprodutora, além do manejo, é preciso de cuidados diferenciados, de nutrição apropriada e diferente dos animais que vão para o abate. Estas futuras reprodutoras vão viver mais tempo e precisam desenvolver a condição física, a óssea e também ter a formação do aparelho reprodutivo e mamário. Neste caso, a demanda nutricional é completamente diferente”, destaca.
Segundo Haupenthal, a Vaccinar trabalha com núcleos de concentrado específicos para esta fase. Os produtos são ricos em aminoácidos, energia e têm aporte de minerais e vitaminas.
“O sucesso da formação de marrãs é medido por várias formas, uma delas é a produtividade durante a vida, mas que não é ágil. Uma forma rápida e simples que mostra o sucesso da preparação é a taxa de retenção de matrizes até o terceiro parto, quando ocorre o pico de produção de leitões e também de volume de leite. Esta taxa de retenção tem que ser superior a 70%”, diz.
Para a preparação das marrãs, um dos desafios é a primeira gestação e o parto. Como o animal ainda é jovem e está em crescimento, ele exigirá uma nutrição diferenciada que garanta o fornecimento de nutrientes para crescimento corporal, para a gestação, para a formação da glândula mamária e produção de leite.
“Na granja é difícil separar a ração das primíparas das multíparas, então, o indicado é oferecer o aporte nutricional, que pode ser feito com o Suple-Marrãs, que é um suplemento proteico, vitamínico e energético para fêmeas de primeira e segunda ordem de parto durante a lactação”.
Haupenthal explica ainda que as marrãs bem suplementadas terão uma boa capacidade de produção de leite durante a lactação. Além disso, a condição corporal é favorecida e preparada para a segunda gestação. O cuidado garante também uma boa produtividade na segunda gestação.
“É muito comum que as matrizes sofram a síndrome do segundo parto, que é ocasionada por marrãs que não foram bem nutridas e após o primeiro parto e lactação não têm condição corporal. Mesmo assim, entram no fluxo normal de cobertura e gestação. Sem as condições ideais, elas perdem produtividade em número de leitões e do volume de leite, gerando perdas”, afirma.
Para fornecer a alimentação adequada, é importante que todo o rebanho seja acompanhado. O cuidado com a nutrição e com a genética são importantes para ampliar a produtividade e permitir que o produto final chegue competitivo ao mercado.
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