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25 de Janeiro de 2011

Suinocultura comemora aumento no consumo e prevê um bom 2011

Associação projeta um consumo de 14,8 kg de suínos por pessoa neste ano. A suinocultura brasileira teve no mercado doméstico a sua principal base de sustentação em 2010. Para se ter uma ideia da atual força do mercado interno, os volumes exportados de carne suína ficaram 10% abaixo de 2009, e 83% de toda produção foi absorvida pelo mercado interno. Foi mais vantajoso à indústria colocar aqui o seu produto do que direcioná-lo ao mercado internacional. Este movimento é resultado da demanda interna aquecida, gerada pela melhoria de renda da população brasileira, e do real supervalorizado em relação ao dólar, o que desestimula os embarques. Consumo Ao longo do ano, cada brasileiro aumentou seu consumo de carne suína em quase 1 kg. As informações são do anuário da Suinocultura Industrial. Este crescimento fez com que a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs) projetasse em 14,8 kg o consumo do produto por pessoa no País para este ano. Indicando, no entanto, um potencial de consumo estimado em 15 kg, caso houvesse maior disponibilidade interna da carne suína. Alto preço dos bovinos também ajudou O elevado preço da carne bovina também contribuiu para o aumento do consumo da carne suína. A longa estiagem de 2009 restringiu a oferta de boi gordo, fazendo com que a arroba ultrapassasse a barreira dos R$ 100. O maior preço da carne bovina nos supermercados assustou os seus tradicionais consumidores, que migraram principalmente para os produtos suínos in natura e processados. Produção de suínos aumentou Dados da Abipecs apontam, em 2010, crescimento de 1,5% na produção de carne suína no Brasil em relação a 2009. Os volumes produzidos passaram de 3,19 milhões de toneladas para 3,24 milhões de toneladas. Esta crescente demanda interna refletiu diretamente no campo. O preço do suíno vivo atingiu o melhor patamar dos últimos dois anos. Nas integrações no Sul do País, o preço médio pago ao suinocultor foi de R$ 2,60, mais bonificação por tipificação de carcaça. "Não acredito que o preço vá ficar melhor do que isto, mas o que se pode dizer hoje é que ninguém está perdendo dinheiro", afirma Rubens Valentini, conselheiro de Relações de Mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS). Em cabeças, a oferta de suínos para abate aumentou 1,8% entre 2009 e 2010, passando de 33,8 milhões para 34,4 milhões. Do total da oferta de carne suína,. Projeção para 2011 As cotações voltaram a subir no final de ano, o que começa a pressionar os custos. Os impactos para o suinocultor serão sentidos nos animais comercializados no primeiro semestre de 2011, os quais serão terminados com ração mais cara. Atrelado a isto, tradicionalmente no primeiro trimestre a comercialização de suínos é sempre menor e com um preço um pouco maior. Para o diretor da ABCS, mesmo que haja uma queda nos preços da carne bovina, o consumidor não retroagirá na opção pelo produto suíno, pois passou a tê-lo de forma mais rotineira em suas refeições. "O fato de a principal carne competidora estar com preços elevados fez o consumidor buscar uma alternativa e desta vez ele encontrou a carne suína sendo ofertada com uma melhor apresentação e a trouxe para a alimentação do seu dia a dia", enfatiza o conselheiro da ABCS. Segundo o Anuário, em 2011 todas as perspectivas se mantêm positivas. O milho deve ter uma safra menor, o que vai pressionar os custos de produção. Com isto, a margem de rentabilidade do suinocultor deverá ser reduzida em relação às obtidas durante este ano. Porém, não chegará a haver falta do cereal. Oferta e demanda da carne suína também tendem a se manter ajustadas. Não há grandes projetos de expansão. O que deve ocorrer é o aumento no alojamento de matrizes nos principais centros produtores, mas cuja produção deve ser absorvida sem maiores problemas. Há, ainda, uma expectativa em relação ao movimento das duas maiores empresas do setor de suínos no Brasil, criadas a partir da fusão Sadia/Perdigão (BR Foods) e Marfrig/Seara. Com seus processos de integração em andamento, ainda não se tem uma clara indicação de quais investimentos farão no longo prazo. "Enquanto as empresas líderes do setor não se movimentam, as outras ficam em compasso de espera, aguardando antes de tomarem decisões sobre investimentos maiores", reforça Rubens Valentini, da ABCS. Valentini também não vê razões nem para um crescimento exagerado da oferta nem para uma queda abrupta da demanda em 2011. "A perspectiva é realmente boa para a suinocultura no próximo ano, salvo algum acontecimento que não podemos prever; mas fora isto creio que a situação será boa", conclui.