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23 de Janeiro de 2024

Rússia inicia envio de carne suína para a China antes do previsto

Primeiras remessas estão programadas para ocorrer nos próximos dois meses, superando as previsões anteriores da vice-primeira-ministra russa, Victoria Abramchenko, e dos suinicultores, que inicialmente apontavam para meados de 2024

O órgão veterinário russo, Rosselkhoznadzor, deu início ao registro das primeiras três empresas destinadas à exportação de carne suína para a China. As primeiras remessas estão programadas para ocorrer nos próximos dois meses, superando as previsões anteriores da vice-primeira-ministra russa, Victoria Abramchenko, e dos suinicultores, que inicialmente apontavam para meados de 2024.

Cumprindo recomendações
O Rosselkhoznadzor informou às autoridades chinesas sobre o cumprimento das recomendações durante as inspeções realizadas nas instalações de produção de carne suína russa entre 4 e 14 de dezembro. A Miratorg, principal produtora e processadora de carne suína na Rússia, está entre as três empresas preparando-se para exportar para a China, conforme relatado pelo meio de comunicação local ROSNG. A Sibagro, uma importante empresa suína siberiana, também está trabalhando no lançamento das exportações para o mercado chinês, conforme anunciado anteriormente pela agência governamental russa Agroexport.

Excesso de oferta iminente
A possibilidade de um excesso de oferta no mercado interno pode ter motivado as autoridades russas a acelerar o início das exportações para a China, mesmo com o aumento substancial do consumo no ano anterior. Nos últimos dois meses, o preço médio dos suínos vivos na Rússia registrou uma queda de 25%, segundo cálculos da Associação Nacional Russa de Carne (RMA). Apesar da turbulência nos preços, a RMA prevê que o consumo de carne continue a crescer, com uma expectativa de atingir 80 kg per capita em 2024.

Previsões conservadoras
Embora não haja clareza sobre os volumes planejados para exportação, Yuri Kovalev, presidente da União Russa de Produtores de Carne Suína (RUPP), estima que os exportadores russos possam representar 10% das importações chinesas de carne suína, equivalente a 2 milhões de toneladas.

No entanto, a RUPP aponta que os agricultores russos enfrentarão limitações em 2024, com previsões de entregas entre 25 mil e 30 mil toneladas, devido à necessidade de aprovação do registro, adaptação ao mercado chinês e desenvolvimento de cadeias logísticas e financeiras abrangentes.

Em 2023, os suinicultores russos exportaram 255 mil toneladas de carne suína, um aumento de 66% em relação ao ano anterior, podendo atingir 270.000 toneladas se considerados suínos vivos e subprodutos.

Gessulic Agrimídia / Imagem: José Fernando Ogura/AEN