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15 de Julho de 2009

Rota nova para a carne de Mato Grosso

Vinte e oito contêineres "reefer" (frigorificados) partem nesta quarta-feira (15) do porto de Santos (SP) com destino a Alto Taquari (MT), onde serão carregados de carne congelada para exportação. Em uma semana o produto será embarcado no porto, iniciando-se a operação de um novo modal misto, com previsão de até o fim do ano se transformar num modal exclusivamente ferroviário. A distância total de 1.100 quilômetros entre Santos e Alto Taquari, percorrida em quatro dias, será coberta em seus 900 quilômetros por ferrovia, no maior trecho até hoje percorrido por vagões frigoríficos no país - e inédito entre o Centro-Oeste e o litoral paulista. Os outros 200 quilômetros serão vencidos por transporte rodoviário. A Standard Logística, operadora especializada em carga congelada transportada em contêineres, é parceira na empreitada da ALL Logística, em cuja área interna de Alto Taquari ergueu o novo terminal. "Estamos lançando um modal concorrencial, capaz de reduzir o custo do frete entre 10% e 20%. Antes da atual crise, o mercado pagava essa ineficiência. Com os novos tempos, tornou-se viável a instituição da ferrovia, mesmo que consuma um tempo maior de transporte", diagnostica José Luis Demeterco Neto, presidente da Standard. O investimento no corredor de transporte é de R$ 35 milhões. Segundo o executivo, a estimativa de movimentação de cargas frigoríficas em contêineres e por ferrovia já é de mil unidades por mês. "Calculamos que chegaremos a dois mil contêineres em bem pouco tempo", aposta. Na região de Alto Taquari se situam várias indústrias do ramo, que produzem também itens industrializados, como empanados. O primeiro lote que utilizará o novo modal pertence à Sadia, com fábrica em Lucas do Rio Verde. Demeterco afiança que a carga destinada a Santos, pelo modal tradicional, seria dirigida a Paranaguá (PR) ou Itajaí (SC). Ele diz que tanto a rede da ALL como as instalações da Standard em Cubatão, junto ao porto de Santos, confluíram para a escolha do embarque da carga. Em Cubatão, a Standard possui, desde 2007, um terminal frigorífico com 15 mil posições-paletes, dois túneis de congelamento (capacidade de 100 toneladas) e terminal de contêineres com 400 tomadas de energia. Após o transporte de carga congelada, a empresa entrará na carga seca, também em contêineres, entre as quais açúcar em sacos, soja para consumo humano e algodão. Valor Econômico