Notícias

15 de Setembro de 2023

Queda na relação de troca de insumos traz desafios para os suinocultores

Análise da relação de troca entre suínos e insumos revela desafios em meio às flutuações de preços

As quedas nas cotações do suíno vivo em agosto reduziram significativamente o poder de compra dos suinocultores frente aos principais insumos consumidos na atividade, milho e farelo de soja, sobretudo em relação ao derivado da oleaginosa. O enfraquecimento da procura por carne suína levou indústrias a demandarem um volume menor de suínos para abate, resultando em pressão sobre os preços do animal.

Na região de SP-5 (Bragança Paulista, Campinas, Piracicaba, São Paulo e Sorocaba), o vivo registrou média de R$ 6,25/kg no mês de agosto, recuo de 5,8% em relação à de julho. No mercado de milho, segundo a Equipe Grãos/Cepea, os preços cederam 3% frente a julho, com a saca de 60 quilos do cereal negociada na média de R$ 53,34 no último mês.

A pressão sobre as cotações veio do avanço da colheita de uma produção recorde. No entanto, vale ressaltar que a desvalorização do milho não foi suficiente para sustentar o poder de compra do suinocultor frente a esse insumo, visto que as cotações do animal caíram com mais intensidade durante o mês.

Já para o farelo de soja, os preços subiram, influenciados por incertezas quanto à produção da safra de soja norte-americana, pela valorização do dólar frente ao Real e pela retração de parte dos produtores nacionais. Na última semana de agosto, especificamente, as altas foram intensificadas pela maior demanda, sobretudo externa. Dessa forma, a tonelada do derivado foi negociada na média de R$ 2.254,30 em agosto, 0,5% superior à registrada em julho.

Diante desse cenário, levando-se em conta os animais negociados na região SP-5 e os insumos comercializados no mercado spot da região de Campinas (SP), na média de agosto, o suinocultor conseguiu adquirir 7,04 quilos de milho com a venda de um quilo de suíno, 3% a menos que em julho. De farelo de soja, o produtor conseguiu comprar 2,78 quilos no último mês, recuo de 6,3% frente ao volume de julho.

Imagem: O Presente Rural