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01 de Setembro de 2009
Produtores lutam por melhorias para o setor suinícola
O mês de agosto está sendo marcado por importantes reuniões entre produtores de suínos e representantes do poder público afim de encontrarem saídas para grandes impasses que vêm atingindo o setor. “A suinocultura brasileira encontra-se drasticamente afetada pela crise econômica e financeira internacional. O preço recebido pelos suinocultores caiu à metade desde outubro de 2008 e hoje se encontram substancialmente abaixo dos custos de produção. Daí a grande necessidade de estabelecermos relações com nossos governantes solicitando auxílio para o setor” explicou José Arnaldo Cardoso Penna, vice-presidente da Asemg (Associação dos Suinocultores do Estado de Minas Gerais), que representou o Estado durante as reuniões dos dias 18 e 25 de agosto solicitadas através da ABCS, em Brasília.
No dia 18 representantes dos 12 Estados que integram o quadro de afiliados à Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) entregaram ao Ministro de Estado da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Dr. Reinhold Stephanes, documento reivindicando apoio oficial nas seguintes propostas: renegociação das dívidas dos produtores de suínos, nova linha de crédito para retenção de matrizes e inclusão da suinocultura no programa de garantia de preços mínimos do Governo Federal. “Entendemos a atividade de criação de suínos como elo de uma complexa cadeia produtiva e não se furtam à parte do esforço conjunto que deve ser feito para superar as dificuldades do momento” comentou Irineu Wessler, presidente da ABCS.
No dia 25 foi a vez dos suinocultores irem à Câmara dos Deputados discutirem, durante audiência pública, os interesses dos produtores frente a criação da empresa Brasil Foods (BRF) resultado da fusão Sadia e Perdigão. Estavam presentes no debate o gerente do departamento de acompanhamento e Gestão da carteira da área de mercado de capitais do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), André Mendes; o conselheiro relator do processo no Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), Paulo Furquim; o presidente da Perdigão, José Antônio Prado Fay; o diretor-presidente da Sadia, Gilberto Tomazoni; o presidente do Sindicato dos Avicultores do Distrito Federal, Luiz Gonzaga Rodrigues Lopes, e o conselheiro para mercado da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS), Rubens Valentini.
Cada participante do processo teve direito a uma apresentação para a defesa dos seus interesses. O representante dos produtores de suínos, Rubens Valentini, apoiado pelos por suinocultores de diversos Estados do país, também presentes, falou da importante relação de integrados com integradoras, sejam eles de suínos ou de aves. Um dos pleitos citados por Valentim, que entrará como terceira interessada no processo no CADE, é discutir as práticas de definição de preços, inclusive no mercado dos insumos. Outra preocupação apontada foi a relação aos contratos de integração. “Precisa-se construir uma lei que consiga ser benéfica a toda a cadeia”, disse.
Para o vice-presidente da Asemg uma negociação nessas proporções tem impacto sobre milhares de produtores que trabalham com frango, suínos e leite. “Ainda não há uma legislação específica que proteja essa relação. A fusão trará um grande impacto sobre milhares de trabalhadores nas fábricas, no mercado de alimentos no Brasil e na concorrência no setor”, completou.
Fica a critério do CADE os pontos a serem considerados ou impostos no processo de fusão. Como principal conquista já alcançada dos produtores, requerido pelo deputado Assis do Couto, será criada uma sub-comissão dentro da Comissão da Agricultura para acompanhar o projeto de lei 4.378 de 1998, que regulamentará as relações de integração
Fonte : Assessoria de Imprensa