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29 de Julho de 2009
Produtor deve investir em exportação para ajustar oferta de milho
As chuvas acentuadas devem garantir uma boa safra de milho para o Brasil, porém, é necessário que o mercado faça um ajuste na oferta do grão e investir nas exportações. De acordo com o analista Paulo Molinari o produtor brasileiro precisa exportar de 7 a 10 milhões de toneladas de milho, já que a safra está relativamente boa. Molinari também atribui o excesso de oferta do grão a falta de exportação da safra passada.
“O mercado precisa fazer um ajuste. Todo o mercado brasileiro sabia que tínhamos um estoque de passagem alto, em até 10 milhões. Isso porque não cumprimos nossa obrigação em 2008, que era aproveitar os excepcionais preços de exportação, que eram de US$ 300 / tonelada, com um mercado comprador”. Molinari diz que nós exportamos somente 7 milhões de toneladas em um ano em que poderíamos facilmente 10 ou 12 milhões.
A safra cheia nos EUA e o dólar baixo, porém, podem prejudicar as exportações este ano. “Nós temos uma situação em que Chicago indica US$ 3 / bushel no milho e R$ 8 / bushel na soja. O grande risco para os setores soja e milho no ciclo 2009/2010 é essa combinação de queda nos preços internacionais com valorização cambial”, explica o analista.
O analista informa que, se a safra americana continuar cheia e os demais países produtores latino-americanos tiverem produtividade satisfatória, a previsão é de baixa nos preços. A venda de sementes de milho está a 40% do normal. Ele afirma também que nós estamos a 40% da venda normal para esta época. Grande parte dos produtores brasileiros estão observando como foi o mercado, e está optando pela soja.
“O que temos que observar é o que vem a frente e não o que passou. A semente de soja será um limitante para aumentar mais ainda esta área, eu acredito que o crédito também será um limitante, porque no momento em que o produtor perceber que não tem o crédito e o insumo e não vai conseguir o plantio de soja na proporção em que deseja, ele vai buscar o milho como alternativa”. Molinari lembra também que o USDA (Departamento de Agricultura dos Estados Unidos) irá revisar sua área plantada em milho, já que existem questionamentos sobre o número inicial. A expectativa é de que haja uma redução na área desta vez.