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22 de Junho de 2009
Produtividade do milho surpreende no norte de Mato Grosso, mas preços não
Produtores de Sinop e da região Norte de Mato Grosso iniciam a colheita do milho safrinha com resultados surpreendentes. Com menos de 10% da área colhida, a produtividade chega a 100 sacas por hectare. Em safras anteriores, a média era de 70 sacas.
Este ano, a área cultivada no município, localizado a 503 quilômetros ao norte de Cuiabá, não teve alteração, ficando em 55 mil hectares. Um dos fatores que contribuiu para a produção em alta foi o clima. As chuvas foram bem distribuídas, garantindo o bom desenvolvimento das espigas.
Mas, mesmo com os bons resultados na produtividade, o setor não está contente. O motivo: a desvalorização no preço do grão. Nos últimos dias, ficou entre R$ 10 e R$ 12 a saca.
Segundo o presidente do Sindicato Rural de Sinop, Antônio Galvan, com este valor o setor não consegue cobrir os custos de produção. Atualmente, o custo é de R$ 13 por saca. Esta semana, representantes de sindicatos e da Associação dos Produtores de Soja e Milho do Estado (Aprosoja) foram até Brasília para negociar com o Ministério da Agricultura e Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) a retomada dos leilões para venda do produto. “Os leilões foram suspensos temporariamente após serem detectadas fraudes. Mas, esperamos que até semana que vem, sejam retomados e possam auxiliar no preço. Por isso estamos aqui”.
A principal reivindicação é quanto ao Prêmio Equalizador Pago ao Produtor (Pepro) e Prêmio para Escoamento do Produto (PEP). O Pepro é uma subvenção econômica (prêmio) concedida ao produtor rural e/ou sua cooperativa que se disponha a vender seu produto pela diferença entre o valor de referência estabelecido pelo governo federal e o valor do Prêmio Equalizador arrematado em leilão.
Já o PEP foi implantado para garantir ao produtor o preço mínimo, equalizando os custos elevados do frete para transportar a produção da lavoura à indústria.
CUSTO – Aprosoja/MT argumenta que a rentabilidade dentro do Estado na safra 08/09 tem variações negativas de R$ 4,56 por saca, R$ 3,29 e R$ 2,19, dependendo do uso de tecnologia e a produtividade alcançada.
Já os preços de referência por região, também solicitados pela Aprosoja, ainda não foram divulgados, mas já está definido o limite de 10 mil sacas por produtor (CPF) para cada leilão de Pepro.
A expectativa é que sejam realizados cinco leilões, comercializando até 30% da safrinha, o equivalente a 20 milhões de sacas. Os prêmios podem garantir receitas de, aproximadamente, R$ 70 milhões aos produtores, garantindo o preço mínimo do milho. A expectativa é de que os leilões sejam retomados no Estado em julho.
Em todo o Estado, levantamento feito pela AgRural, aponta que a produção nesta safra vai ficar em torno de 6,5 milhões de toneladas, tendo um acréscimo de 14,4% em relação a estimativa realizada em janeiro.
Mesmo com esta alta, o volume desta temporada deve ficar 7,2% abaixo do volume da safra passada, quando foram colhidas 7 milhões de toneladas.