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26 de Maio de 2025
Presidente da Acrismat está em Paris para evento que reconhecerá internacionalmente Mato Grosso com certificação inédita de zona livre da febre aftosa sem vacinação

Após mais de quatro décadas de luta contra a febre aftosa, Mato Grosso será oficialmente reconhecido como zona livre da doença sem vacinação, o mais alto status sanitário concedido pela Organização Mundial de Saúde Animal (OMSA). A entrega do certificado será realizada no próximo dia 29 de maio, durante a 92ª Assembleia Mundial da entidade, com a presença de delegações de mais de 180 países.
Este é um dos momentos mais emblemáticos no cenário agropecuário internacional para o principal produtor de proteína animal do Brasil. Liderada pelo vice-governador Otaviano Pivetta, uma comitiva formada por representantes da Secretaria de Estado de Desenvolvimento Econômico (Sedec), Instituto de Defesa Agropecuária (Indea), Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Associação de Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Federação da Agricultura e Pecuária (Famato), Fundo Emergencial de Sanidade Animal de Mato Grosso (FESA), Instituto Mato-Grossense da Carne (Imac) e produtores rurais embarcam para Paris para Assembleia Mundial da OMSA, cuja programação inicia no dia 25 de maio e encerra no dia 29 de maio com as certificações.
O reconhecimento marca o fim de uma jornada iniciada ainda na década de 1970, quando a febre aftosa era uma ameaça constante ao rebanho mato-grossense. O último foco da doença em Mato Grosso foi registrado em 1996. Desde então, com campanhas de vacinação, estruturação institucional e engajamento do setor produtivo, o estado conquistou a certificação de zona livre com vacinação em 2001. Naquele ano, o rebanho era de 22 milhões de cabeças. Hoje, são 33 milhões de bovinos, o maior rebanho do Brasil, conforme dados do Indea.
Para o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho, o certificado reforça o comprometimento e esforço do setor produtivo em entregar produtos que atendem os mais altos padrões de qualidade do mundo.
“Será uma grande vitória para os produtores rurais de Mato Grosso. A certificação comprovará nossa sanidade e abrirá portas para o mercado global, para consumidores mais exigentes e mercado mais valorizados, o que nos deixa ainda mais competitivos no cenário mundial. Parabenizo os suinocultores por trabalharem incansavelmente nas granjas para manter a sanidade de seus rebanhos ”, explicou.
Para o governador Mauro Mendes, essa certificação histórica é mais uma prova da qualidade do nosso rebanho bovino e suíno e do trabalho articulado entre o poder público e o setor produtivo.
“A certificação mostra que o produtor de Mato Grosso é extremamente competitivo e por isso nosso Estado tem avançado cada vez mais no cenário global. Uma grande vitória para Mato Grosso e para o agronegócio mato-grossense", avalia.
O gerente executivo do FESA-MT, Juliano Latorraca Ponce, reforça que a certificação sem vacinação projeta o Estado a um novo patamar de competitividade global. Desde 2001, com o primeiro certificado, o Estado experimentou uma maior valorização do rebanho, impulsionou investimentos em genética, manejo, tecnologia e agora com a certificação de zona livre sem vacinação, a expectativa é de um salto ainda maior.
“Vamos acessar mercados mais exigentes e valorizados, com maior valorização do nosso rebanho e dos produtos suínos e bovinos. O FESA continuará como pilar estratégico na vigilância sanitária e na resposta rápida a qualquer ameaça futura”, comenta.
Para o secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, César Miranda, a conquista é fruto de décadas de trabalho coletivo entre o Governo de Mato Grosso, as entidades do setor produtivo e os produtores rurais.
“Esse é um momento histórico. Vamos abrir portas para países como Japão e Coreia do Sul, que só compram carne de zonas reconhecidas como livres sem vacinação. A certificação traz ganhos não só à bovinocultura, mas também à suinocultura, que poderá expandir exportações. Mato Grosso mostra mais uma vez que é referência em produzir com qualidade, responsabilidade ambiental e inovação”, diz César Miranda.
Segundo o secretário de Estado de Fazenda, Rogério Gallo, essa certificação permitirá que a carne produzida em Mato Grosso acesse mercados muito exigentes, como o do Japão. "Isso impulsionará ainda mais nossas exportações e pode estabilizar os preços pagos aos produtores, garantindo melhor renda a milhares de pecuaristas do nosso Estado", ressalta.
A presidente do Indea, Emanuele Almeida, comenta que esta será a primeira vez que todo o território de Mato Grosso será certificado com o mais alto status sanitário. Até então, apenas os municípios de Juína, Colniza, Aripuanã e Rondolândia gozavam desse status por fazerem divisa com Rondônia, que já é zona livre de febre aftosa sem vacinação.
“Já tínhamos uma pequena área reconhecida, mas agora é o Estado inteiro. É um sonho realizado, resultado do trabalho incansável de equipes técnicas, produtores e instituições ao longo de décadas”, disse.