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14 de Dezembro de 2010

Plantio de soja em Mato Grosso é finalizado com recorde na área cultivada

Mais de 60% da produção já está comercializada. Produtores esperam que o clima contribua para o bom desenvolvimento das plantaçõesLuiz Patroni | Campo Verde (MT) A área cultivada com soja pelos agricultores em Mato Grosso atingiu o patamar de 6,219 milhões de hectares. O plantio, finalizado na última semana, confirmou o espaço recorde ocupado pelas lavouras no Estado. A preocupação agora é com o clima, que precisa contribuir para o bom desenvolvimento das plantações. Mais de 60% da produção de soja em Mato Grosso já está comercializada. Conforme o Imea, o preço médio obtido foi de 18 dólares por saca, valor suficiente para cobrir os custos, estimados em 858 dólares por hectare. Esta despesa é 19% inferior à da safra passada. Motivo de comemoração para os agricultores, se não fosse por um antigo obstáculo que mais uma vez deve comprometer a competividade: a falta de logística. Para Otávio Celidonio, superintendente do Imea, a falta de logística é um fator que deve comprometer a renda do produtor matogrossense. Apesar da perspectiva ser de uma boa rentabilidade nesta safra, os produtores devem perder receita com o frete elevado, entre outras despesas. A previsão de custos elevados da porteira para fora amplia a necessidade de uma boa produtividade. A estimativa é de 51 sacas por hectare, caso o clima colabore. E esta é a principal preocupação dos produtores nesta fase. As plantações apresentam tamanhos diferentes, resultado do plantio escalonado, provocado pela falta de chuva. O agricultor concentrou a semeadura em uma janela mais curta: realizou o cultivo em apenas dez semanas, duas a menos que na última safra. Mesmo com a conclusão do plantio, as preocupações com o clima ainda não terminaram. Em Campo Verde, por exemplo, as chuvas são irregulares. Alguns produtores já temem os problemas que podem ser causados por um novo período de seca em pontos localizados das lavouras. Parte da área do agricultor Ítor Sílvio Cherubini já enfrenta duas semanas de estiagem. Mesmo onde choveu, a quantidade não foi suficiente para tranquilizar o produtor, que teme que a produtividade da plantação seja comprometida. Segundo Cherubini, em algumas áreas da fazenda já não chove há 16 dias, o que deve prejudicar a fase vegetativa das plantas. Nos talhões que receberam chuva, a quantidade de água foi baixa, e não conseguiu amenizar o risco de problemas decorrentes da pouca umidade. A apreensão com o clima é rotina também para o produtor rural John Lehnen. Na área de 630 hectares de soja já são 30 dias de estiagem. Se continuar assim será difícil repetir a produtividade média de 57 sacas por hectare, obtida na última safra. Porém, apesar das preocupações, o agricultor está otimista com o atual cenário do grão e já comercializou metade da produção prevista. Lehnen afirma que sempre procura vender parte da produção antecipadamente, para evitar excesso de oferta no pós-colheita. O preço médio vendido por ele foi de 18,5 dólares por saca.