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18 de Julho de 2012
Plano emergencial contra a crise na suinocultura
Suinocultores brasileiros e Governo Federal voltam a se encontrar nesta terça-feira (17) em Brasília para mais uma rodada de discussões em torno do plano para minimizar os impactos da crise do setor. Os produtores querem do governo a criação de um preço de referência para o suíno, além de ajuda para custear os subsídios à carne suína.
Para os suinocultores, as medidas anunciadas na última semana pelo governo ainda não refletiram na melhora do quadro do segmento. Os prejuízos gerados pela diferença entre o custo de produção e o valor ganho com a venda somam, até o momento, a cifra de R$ 4 bilhões, estima Marcelo Lopes, presidente da Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS).
Conforme explica o dirigente, por meio da subvenção os suinocultores esperam reduzir os prejuízos provocados pela diferença entre custos e ganhos. "O governo está finalizando a proposta em até R$ 0,40, mas pedimos R$ 0,60. Ele vai colocar um preço de referência por região", explica Marcelo Lopes.
Presidente da Associação dos Criadores de Suínos (Acrismat), Paulo Lucion afirma que a subvenção vai amenizar os prejuízos. Somente este estado detém o 5º maior plantel do país e abate 170 mil exemplares mês. "Se a subvenção for total ameniza o prejuízo", aponta o dirigente.
Na unidade federada, aponta Paulo Lucion, produtores começam a reduzir o ritmo de expansão da atividade. Há registros de abandono. Segundo o presidente da Acrismat, o setor acumula dívida de R$ 300 milhões.
Os produtores dizem que as medidas anunciadas na última semana pelo Governo não surtiram efeito. Entre os pontos do pacote está a disponibilização de recursos na ordem de R$ 200 milhões em Linha Especial de Crédito para a compra de leitões ao preço de R$ 3,60, além da prorrogação das dívidas.
"A prorrogação ainda não chegou às agências", afirma o dirigente matogrossense.
Apoio ao frete
Na reunião desta quinta-feira a possibilidade de o governo criar uma subvenção para o frete deve estar na mesa de negociações. A proposta almeja especialmente possibilitar que no transporte da carne de um estado produtor para outro não produtor não ocorra aumento no preço.
"A proposta seria de R$ 300 por tonelada o que o setor apontou para a ajuda", frisa Paulo Lucion, da Acrismat.
Efeito Estados Unidos
Problemas climáticos ocorridos nos Estados Unidos e que refletiram sobre as safras de grãos já provocaram uma reação de preços das commodities. Consequência direta para a suinocultura brasileira que viu os custos de produção aumentarem em até 10 a 12% nos últimos dias, aponta o presidente da Associação Brasileira, Marcelo Lopes.
"O grande agravante é o aumento do preço dos grãos como soja e milho por esses dias, em função da seca dos Estados Unidos", afirma Lopes.