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01 de Julho de 2011

Perdas da suinocultura de MT totalizam R$ 3 milhões

Com 15 dias de vigência do embargo russo às carnes brasileiras, o prejuízo para a suinocultura mato-grossense ultrapassa R$ 3 milhões. Estimativa é feita com base no faturamento médio das exportações para aquele país, que entre janeiro e maio movimentou R$ 31,78 milhões, ou uma média de R$ 6,35 milhões/mês. Além deste problema, a cadeia produtiva ainda enfrenta a desvalorização no preço da carne e aumento no custo da produção. No país, o setor acumula perdas de R$ 1 bilhão. Em Mato Grosso, houve queda de 26% no valor exportado entre 2011 e 2010, baixando de R$ 42,95 milhões para R$ 31,78 milhões. Em coletiva de imprensa concedida pela Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso (Famato) e pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), representantes ressaltaram que uma quebra do setor pode gerar impacto em outros setores da economia regional, visto que a suinocultura é classificada como uma cadeia chave, ou seja, com reflexos diretos, indiretos e induzidos. Economista do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), Daniel Latorraca, explica que o primeiro impacto é sobre a indústria, ou seja, frigoríficos, depois aos fornecedores e por último sobre o consumo das famílias que possuem relação econômica com o segmento. Isso sem falar do primeiro de todos a perceberem, que são os produtores. Por isso, os criadores reivindicam atenção dos governantes para o segmento. A primeira conquista foi a redução do preço de pauta sobre o qual é cobrado o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS), ou seja. O valor baixou de R$ 2,40 para R$ 1,65, sobre o qual incide a alíquota de 12%. Atualmente o custo para produção é de R$ 2,15 do quilo do suíno vivo e o preço médio da venda está em R$ 1,71. Para o Diretor-executivo da Acrismat, Custódio Rodrigues, a situação poderá piorar caso o ICMS não seja zerado e os preços do milho não sejam reduzidos. "O custo está alto e se o governo não intervir com a contenção das exportações os produtores não irão conseguir produzir". Ainda segundo Rodrigues, produtores de menor porte passam a analisar a possibilidade de sair da atividade. Um dos motivos que contribuem para a crise é a restrição de mercado do setor. Cerca de 80% da produção de carne suína é enviada para a Rússia, Ucrânia e Correia do Sul e em Mato Grosso 89% é embarcada aos russos. "Temos que buscar novas alternativas para não depender de poucos, até porque em 10 anos a Rússia pretende se tornar autossuficiente", afirma Rodrigues ao comentar que a abertura de mercado na China e na África do Sul é importante, mais que é preciso intensificar a relação. Há também a possibilidade de aumentar o consumo da carne no mercado interno, que nos últimos 10 anos passou de 6 quilos per capita por ano para 12 kg.