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25 de Janeiro de 2013

Nutricionista fala sobre a importância da carne suína na alimentação

A nutricionista, especialista em Obesidade e Síndrome Metabólica na Visão Funcional e em Nutrição Esportiva Funcional, Thaliane Tereza Araújo Dias, respondeu algumas perguntas do Jornal do Agronegócio com relação a informações nutricionais. Ela também esclareceu algumas dúvidas sobre a carne suína e os benefícios da proteína animal na alimentação humana. Qual a importância das proteínas animais na alimentação humana? Dentre outras funções, realizam papel de transporte de oxigênio no sangue, tem papeis no sistema imunológico, fazem parte da estrutura dos hormônios e participam da estrutura corporal dos seres humanos. Quais os benefícios da carne suína na alimentação? Quais as principais vitaminas e minerais presentes na carne suína? A carne suína é rica em fósforo, potássio, riboflavina, niacina, vitamina B6 e vitamina B12 e tem ainda em sua composição ferro de alta biodisponibilidade. Por exemplo, 85 gramas de lombo de suíno fornecem 22 gramas de proteína, cerca de três gramas de gordura total, um grama de gorduras saturadas e 62 miligramas de colesterol. Ao mesmo tempo, proporciona uma excelente fonte (aproximadamente 20% do valor diário) de selênio, tiamina, niacina, vitamina B6 e fósforo, e uma boa fonte (10% a 19% do valor diariamente) de riboflavina, zinco e de potássio. Oitenta e cinco gramas é um bife bem pequeno. É uma carne com um valor nutricional relevante mesmo em pequenas quantidades. A carne suína tem índices maiores de gordura se comparada a outras carnes? O índice de gordura dependerá do corte. Se escolhermos cortes com teores de gordura menor, então, de fato a carne suína terá um índice de gordura menor comparativamente à carne bovina e até a alguns cortes de aves, isso porque a fisiologia do suíno contribui para isso. Explico: o suíno tem em sua composição maior quantidade de gordura extra-muscular – que pode ser retirada com facilidade- do que de gordura intra-muscular - que não pode ser facilmente retirada, já que está entre as fibras da carne. É verdade que a carne suína é rica em colesterol? Não. Na verdade depois da mudança na forma de produção do animal, a carne suína tem se tornado uma aliada no tratamento para dislipidemias. Um estudo publicado na revista Meat Science, mostrou que o consumo de carne suína pode contribuir para a redução dos níveis de colesterol e pressão arterial e pode ser consumida diariamente. Além disso, é uma carne que combina gosto, salubridade (incluindo a segurança), conveniência e preço, fatores que influenciam a percepção dos consumidores com relação a qualidade dos alimentos. O que fez com que a carne suína se tornasse mais “magra” ao longo dos anos? As mudanças nas práticas de produção animal – tecnificação na produção e melhora nas rações, procedimentos modernos que foram implementadas na indústria da carne suína durante os últimos 50 anos e mais expressivamente nas últimas duas décadas, resultaram em aumento da disponibilidade de cortes mais magros do produto. Em 1960, a carne continha por volta de 45 a 46% de carne magra, e 5 a 6 centímetros de espessura de toicinho. Hoje a carne produzida tem por vota de 60% de carne magra e 0,8 a 1,2 centímetros de espessura de toicinho. O perfil mudou muito. Hoje há sete cortes de carne suína que tem menos calorias e mais nutrientes do que os mesmos cortes comparativamente a outros tipos de carnes. No Brasil há um trabalho específico realizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) que é responsável pelo aumento do consumo. A entidade preocupa-se com a produção, com a comercialização e com os aspectos nutricionais da carne e através do Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (PNDS) tem feito com que o brasileiro consuma mais carne suína. No início do projeto, consumia-se 13 quilos em média, por habitante, hoje o consumo nacional é de 15 quilos por ano por habitante. Há alguma restrição para o consumo da carne suína? Não. A restrição para o consumo de carne suína é a mesma para qualquer produto: certifique-se da procedência! Veja se a carne tem selo de inspeção municipal, estadual ou federal. A carne suína deve ser rosada, firme ao toque; sua gordura branca e bem firme.