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07 de Novembro de 2023
Nota oficial Enem 2023

A Associação dos Criadores de Suínos (ACRISMAT) lamenta e repudia que a prova do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) 2023, uma ferramenta educacional com o propósito de avaliar a qualidade do ensino médio e preparar estudantes para o ensino superior, tenha sido usada com viés ideológico para criminalizar o setor essencial para a segurança alimentar mundial – o Agronegócio. Responsável por mais da metade das exportações e por cerca de 25% do Produto Interno Bruto brasileiro a atividade tem se mostrado um dos segmentos econômicos de maior evolução e capacidade de gerar riquezas e reduzir as disparidades sociais do país.
Um completo absurdo elaborar questões que não servem para avaliar conhecimento, mas sim para acusar, sem fundamento, toda a agropecuária nacional. Faz-se necessário a anulação de pelo menos três questões, de número 70, 71 e 89, que promovem desinformação sobre o setor, pois foram mal formuladas e apresentam a moderna produção agropecuária brasileira de forma absolutamente equivocada, pejorativa e descolada de embasamento técnico-científico, induzindo estudantes ao erro e criando desinformação sobre uma atividade essencial para a sociedade brasileira. A questão mais polêmica postulou que “no Cerrado, o conhecimento está cada vez mais subordinado à lógica do agronegócio” e citou como fatores negativos “a mecanização pesada e as chuvas de veneno.”
O uso de defensivos agrícolas nas lavouras são rigorosamente controlados e todos os cuidados para a saúde e segurança dos trabalhadores e proprietários de terras, independente do seu tamanho e nível tecnológico, são prioridades nas lavouras, que muitas vezes estão muito acima das normas regulamentadoras do trabalho no meio rural. Ainda, os produtores e todo o setor do agronegócio se preocupam com o meio ambiente e os recursos naturais, seu principal insumo para a produção, além de garantir a segurança alimentar para os brasileiros e grande parte do mundo, gerando empregos e desenvolvimento.
Aguardamos posicionamento urgente do Governo Federal e retratação do Ministério da Educação (MEC) junto ao setor para que afirmações levianas como essa não ocorram novamente. E mais do que anular as questões, o MEC precisa esclarecer à sociedade como pretende interromper esse ciclo de desinformação.
É de suma importância a mobilização de entidades setoriais, universidades, pesquisadores e educadores para propor apoio ao MEC na atualização do conceito de agronegócio no banco de questões utilizado na elaboração das provas do ENEM e demais materiais didáticos distribuídos pelo governo federal, no desenvolvimento de conteúdos educacionais atualizados sobre o agronegócio, desmistificando essas inverdades e pautando os assuntos com embasamento científico, que estimulem perspectivas positivas para os estudantes, nas quais estão inseridos valores como respeito pelas pessoas e ao meio ambiente.
É fato comprovado pelas maiores universidades do País os avanços tecnológicos do agro brasileiro, que vem reduzindo impactos ambientais, disseminando práticas sustentáveis e garantindo alimentos, melhores condições de vida aos cidadãos, emprego e renda para nossa população.
DADOS OFICIAIS:
- A cadeia produtiva no Brasil movimentou R$ 2,63 trilhões em 2023, cerca de 24,4% do Produto Interno Bruto (PIB) Nacional (CEPEA/CNA);
- Superávit de emprego e renda para 28 milhões de brasileiros, apenas no 1º trimestre deste ano, representando cerca de 27% do total de empregos no país. (CEPEA/CNA);
- Sustentabilidade brasileira: território nacional possui 66,3% de áreas preservadas e de proteção à vegetação nativa, desses, 33,2%, ou seja, a metade, estão nas propriedades privadas brasileiras. Área de propriedades rurais é de 30,2%. (EMBRAPA)";
- Somente em Mato Grosso, de acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os produtores são responsáveis por preservar 43,6% do estado, que ainda detém 15,4% de seu território composto por terras indígenas e 5,5% por unidades de conservação, o que totaliza 64,5% do solo estadual preservado. Apenas 32,7% do solo de Mato Grosso é destinado ao uso agropecuário, sendo 19,8% para pastagens e 12,9% para agricultura.