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02 de Maio de 2011

MT: campanha de vacinação contra a febre aftosa, combate será 33% mais caro

Pecuaristas mato-grossenses estão mobilizados para mais uma campanha de vacinação contra a febre aftosa no Estado e já sabem que o combate custará 33% mais do que o aplicado em maio do ano passado. O incremento não foi puxado pela expansão natural do rebanho, mas, sim, pelo preço da dose da vacina. Enquanto o rebanho-alvo da campanha aumentou 18% no período, o preço da dose cresceu quase duas vezes mais que o plantel. A etapa de maio começa no dia 1º, segue até dia 31 e é obrigatória. Segundo levantamento solicitado pela Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat) ao Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), os criadores de bovinos e bubalinos vão pagar em média pela dose da vacina este ano R$ 1,49, ante o valor de R$ médio de R$ 1,12 em abril do ano passado. Nos últimos dois anos o reajuste nos preços da vacina contra a febre aftosa foi de 21,1%. Pela dose em abril de 2009, o pecuarista pagava R$ 1,23. Em fevereiro desde ano a dose custava R$ 1,25 e em apenas dois meses o acréscimo foi de 2,8%. Conforme a Acrimat, o combate à doença demandará investimentos de R$ 19,4 milhões dos criadores. Para esta campanha estão convocadas 97 mil propriedades rurais que possuem 13 milhões de bovinos e bubalinos com idade entre zero e 24 meses, foco da etapa maio. No ano passado, como lembra a Acrimat, o investimento foi de R$ 12,4 milhões na compra de vacinas para imunizar 11 milhões de cabeças contra a febre aftosa. "Esse custo de quase R$ 20 milhões é só com a compra de vacinas contra a febre aftosa para a etapa de maio, mas o pecuarista tem a despesa com transporte, manejo e outros itens importantes nesse processo de vacinação, sem falar nas demais vacinas que são aplicadas durante o ano todo", observa o superintendente da Acrimat, Luciano Vacari. Em 2010 os pecuaristas desembolsaram R$ 50 milhões com a compra de vacinas contra a aftosa para as duas etapas (maio e novembro). Ele ressalta que o produtor é o maior interessado em vacinar seu rebanho para garantir o status de Estado livre de febre aftosa, título que Mato Grosso detém há mais de 15 anos. "Esse status faz muita diferença para o pecuarista, pois sem isso ele não pode vender seu gado para mais de 160 países, como acontece hoje com os animais provenientes de Mato Grosso", disse Vacari. MAIO - O lançamento oficial da Campanha de Vacinação e Combate à Febre Aftosa será realizado hoje pelo Instituto de Defesa Agropecuária de Mato Grosso (Indea/MT), no município de Nova Xavantina (651 quilômetros ao norte de Cuiabá). O evento acontece na Fazenda Brasil, localizada no Km 30, sentido Barra do Garças, BR-158, a partir das 8 horas. O representante da Acrimat, Guilherme Nolasco, que vai participar da cerimônia, disse que o produtor é o grande responsável pela conquista do status sanitário de Estado livre de febre aftosa há 15 anos, "pois ele vem bancando todo esse processo há anos e deve ser valorizado". Nolasco lembra que a carne é a segunda pauta de maior exportação de Mato Grosso "e isso é mérito do pecuarista". Desde 2009, apenas a região da fronteira de Mato Grosso com a Bolívia continua com três etapas de vacinação contra a febre aftosa para animais de até 12 meses. Nas demais regiões são duas etapas, sendo uma em maio para animais de 0 a 24 meses e outra em novembro para animais de todas as faixas etárias.