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12 de Julho de 2011

Mercado suíno

Na primeira quinzena de junho, a desvalorização tanto do animal vivo quanto da carne se aprofundou na maioria das regiões pesquisadas pelo Cepea segunda metade do mês, os preços começaram a reagir em algumas praças. Mesmo assim, as médias do mês (vivo e carne) ficaram abaixo das verificadas em maio. O motivo para as quedas foi mesmo o excesso de oferta e, num primeiro momento, a suspeita era que uma possível frustração das exportações para Rússia e Ucrânia, que proibiram os embarques de carnes de três estados em junho, teriam resultado em aumento da disponibilidade interna. No entanto, com a divulgação dos dados da Secex apontando aumento nos embarques, inclusive para a Rússia, a constatação é que o excesso de oferta esteve atrelado ao volume de animais abatidos. As quedas sucessivas do preço ao produtor combinadas com os custos relativamente altos de produção ajudariam a entender a ofertar concentrada de animais para abate, já que os produtores temiam prejuízos ainda maiores. Reflexo das incertezas em relação às exportações, as maiores desvalorizações foram em Mato Grosso e Rio Grande do Sul, estados que, junto com o Paraná, foram impedidos de exportar carnes para a Rússia. As maiores quedas foram nas regiões de Rondonópolis (MT), de 19,5%, e no Vale do Taquari (RS), de 17,3%, com os preços médios do suíno vivo fechando em R$1,45/kg e R$ 1,82, respectivamente, no dia 30 de junho. O poder de compra do suinocultor seguiu recuando em junho frente aos principais insumos, milho e farelo de soja. Com os insumos em patamares elevados e os preços do suíno vivo relativamente baixos, o produtor paulista perdeu cerca de 5% do seu poder de compra frente ao milho e 2,4% frente ao farelo de soja ao longo do mês – preços dos insumos na região de Campinas. Quanto ao suinocultor do oeste catarinense, a perda foi de 4,5% em relação ao milho e de 4,8% para o farelo de soja entre 31 de maio e 30 de junho. Exportações: Os embarques de carne suína aumentaram de maio para junho, contrariando as expectativas de agentes do setor que acreditavam em recuo já nesse mês, devido à suspensão das compras por parte da Rússia e da Ucrânia. De acordo com dados da Secex, as exportações brasileiras de carne suína tiveram aumento de 18,9% de maio para junho, passando de 38,7 mil toneladas para 46 mil. Considerando-se somente os embarques para a Rússia de carcaças, meias-carcaças e outras carnes de suíno, a elevação foi de expressivos 60,3%. Quanto ao preço de exportação em Real, teve ligeiro aumento, mesmo com a cotação do dólar no menor nível desde janeiro de 1999, quando o regime cambial passou a ser flutuante. A carne in natura exportada teve média de R$ 4,81/kg em junho, valor 0,3% superior ao de maio. No mercado interno, no entanto, os preços da carcaça comum, negociada no atacado da Grande SP, recuaram 13,5% no comparativo das médias de maio e junho, passando para R$ 3,23/kg. Uma boa notícia para o setor é a retomada das exportações brasileiras para a África do Sul. O embargo vinha desde 2005, quando ocorreram focos de febre aftosa bovina no Brasil. A reabertura, portanto, veio num momento de fundamental necessidade de diversificação dos parceiros comerciais do Brasil neste setor.