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04 de Dezembro de 2025
Impactos da peste suína africana no Brasil: Acrismat analisa riscos e oportunidades
A confirmação de casos de peste suína africana (PSA) na Espanha dominou as discussões do 2º Seminário da Suinocultura de Mato Grosso, promovido pela Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat). Segundo o presidente da entidade, Frederico Tannure Filho, a relevância do mercado espanhol na produção global acende um sinal de alerta para possíveis repercussões da doença em outros países.
Tannure ressaltou que o avanço da PSA pode influenciar diretamente o setor nacional. Ele afirmou que a disseminação da peste suína africana na Europa tem potencial para gerar reflexos imediatos no Brasil, caso a doença ultrapasse fronteiras.
Mercado internacional reage e abre espaço ao Brasil
As primeiras consequências já foram registradas. Japão e México suspenderam todas as compras de produtos suínos da Espanha, conforme informações do Ministério de Agricultura, Pesca e Alimentação espanhol. A China adotou uma postura mais seletiva, bloqueando apenas importações da província de Barcelona.
Nesse contexto, Tannure avaliou que o Brasil pode se beneficiar. Com países buscando fornecedores alternativos para garantir segurança sanitária, a carne suína brasileira pode ganhar maior visibilidade e ampliar sua participação no mercado global. Para o setor, essa mudança representa uma oportunidade estratégica.
Biosseguridade reforçada nas granjas brasileiras
Apesar das possibilidades de expansão, especialistas alertam para a necessidade de rigor no controle sanitário. Charli Ludtke, diretora técnica da ABCS, explicou que o risco de contaminação envolve a circulação internacional de proteínas e carcaças, exigindo atenção redobrada no país.
Ela defendeu a intensificação dos protocolos de biosseguridade, incluindo barreiras físicas, controle de acesso às granjas e restrições a visitas. Ludtke destacou ainda a importância de evitar o transporte de produtos de origem animal na bagagem de viajantes, medida essencial para prevenir a entrada do vírus no território nacional.
Mato Grosso consolida liderança em custos de produção
Além das discussões sanitárias, o seminário reforçou o protagonismo de Mato Grosso na suinocultura. A logística favorável para obtenção de insumos garante ao estado o menor custo de produção do país — e do mundo.
Everton Krabbe, chefe-geral da Embrapa Suínos e Aves, destacou que os indicadores comprovam a competitividade regional. Segundo ele, os dados confirmam que a carne suína produzida no Centro-Oeste apresenta o menor custo global, fortalecendo o estado como referência no setor.
Fonte: Mato Grosso Canal Rural