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Vívian Lessa Da Redação A diversificação da pauta de exportações de Mato Grosso em 2010 foi fundamental para que o Estado não fechasse o ano com resultados negativos. O maior embarque de carnes, milho, algodão fez com que o valor embarcado ficasse apenas 0,78% menor se comparado ao ano anterior, praticamente estável. Se o balanço dependesse mais fortemente do carro-chefe do Estado (complexo soja), o resultado sofreria maior impacto. No acumulado dos 12 meses do ano passado foram exportados US$ 8,302 bilhões, enquanto que em 2009 chegou a US$ 8,367 bilhões. O complexo de carnes foi um dos que seguraram os números. Esses produtos tiveram vendas 35,15% maiores. A soja apresentou queda de 14,86% no valor negociado no mercado externo. Os dados, divulgados nesta quarta-feira (12) pelo Ministério de Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), apontam que as exportações de carne saltaram de US$ 822,8 milhões para US$ 1,112 bilhão em 2010. Por outro lado, os embarques de soja diminuíram de US$ 6,007 bilhões para US$ 5,114 bilhões. O economista, especialista em Comércio Exterior, Vitor Galesso, analisa que essa inversão dos produtos na pauta de exportação é benéfica para a economia estadual. "A exportação de carnes, principalmente de aves e suína indica que estamos vendendo produtos com um certo grau de industrialização. Isso aumenta o valor agregado do que é comercializado". Ele afirma que esse processo deve se intensificar em função do aumento do consumo internacional de carnes. A carne bovina teve aumento de US$ 38,97% nas exportações registradas em 2010 na comparação com o ano anterior, subindo de US$ 528,6 milhões para US$ 734,5 milhões. O mesmo ocorreu com o frango, que passou de US$ 201,8 milhões para US$ 296,8 milhões em vendas. A suína exportou US$ 72,8 milhões em 2010 contra US$ 63,9 milhões no ano anterior. O milho e o algodão também foram responsáveis pelo equilíbrio nas exportações. De acordo com o Mapa, as vendas do grão subiram de US$ 830,2 milhões para US$ 1,346 bilhão de um ano para outro. A pluma teve variação positiva de 11,56%, passando de US$ 363,7 milhões para US$ 405,8 milhões. Dezembro - No último mês de 2010, as exportações estaduais aumentaram 11,43% na comparação com dezembro de 2009. O valor embarcado passou de US$ 563,7 milhões para US$ 628,1 milhões. O complexo de soja apresentou redução de 16,38%, recuando de US$ 180,9 milhões para US$ 151,2 milhões. Em contrapartida, as exportações do complexo de carnes aumentaram 8,53%, passando de US$ 79,2 milhões para US$ 86 milhões. xxxxx valorização das commodities minerais durante o ano. O saldo da balança resulta da subtração de todo volume exportado e importado. Quando as vendas são maiores que as compras, há superávit; caso contrário, déficit. Em relação ao volume de negócios em 2010, Mato Grosso fechou com o 9° maior valor entre todos os estados brasileiros. As importações mato-grossenses fecharam o ano com incremento superior a 24%. Passaram de US$ 792,39 milhões para US$ 988,96 milhões no ano passado, o segundo melhor da série do MDIC. Em 2008, foram mais de US$ 1,27 bilhão em compras. EMPRESAS – A maior exportadora mato-grossense em 2010 foi a Bunge, que atingiu participação de 19,6% do total exportado, ou US$ 1,66 bilhão, ampliando em 5,56% seu faturamento em relação a 2009. A ADM registra faturamento de US$ 940,62 milhões, queda de 2,24% na comparação entre o mesmo período. A mato-grossense Amaggi fechou 2010 com um faturamento 28% menor, de US$ 1,24 bilhão em 2009 para US$ 894,82 milhões. PAÍSES – Por mais um ano a China se consolidou como o maior parceiro comercial de Mato Grosso, responsável por quase 28% da pauta. As compras chinesas somaram US$ 2,29 bilhões, cifras 1,51% menores em relação ao ano passado, numa clara demonstração do peso cambial. Em seguida está a Holanda, com participação de 9,43%, negócios superiores a US$ 796 milhões, porém com recuo de 13% no volume negociado com o Estado. De quarto para o terceiro lugar está a Tailândia, que ampliou as compras e fechou 2010 com US$ 506,82 milhões. PRODUTOS – Influenciada pelo adensamento da cadeia e pelo dólar, a soja em grão deixou de representar mais de 50% das vendas estaduais em 2009, para atingir pouco mais de 38% no ano passado. Entre os destaques está o milho, incremento de vendas em 60%, carne bovina (+44%), ouro (+30,4%) e o óleo de soja com retração de 10,67%.