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04 de Abril de 2012

Entidades suinícolas realizam ato público durante AveSui

Acrismat e outras associações encabeçam movimento pelo preço justo da carne A Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) juntamente com outras associações estaduais, realizaram o ato “Preço justo para produzir” durante a Feira da Indústria Latino-Americana de Aves e Suínos (AveSui América Latina). O evento começou ontem (02.04) em São Paulo. O ato teve o objetivo de chamar a atenção da opinião pública em geral, e principalmente, das autoridades do governo e parlamentares presentes na AveSui, para a grave crise pela qual atravessa a suinocultura brasileira. Os produtores definem como os momentos mais críticos já vistos na categoria nos últimos dez anos. O aumento dos preços das commodities agrícolas, verificada desde o final de 2010, agravou-se neste ano e elevou o custo de produção dos suinocultores. Ao mesmo tempo, a franca demanda interna em 2012, típica dos primeiros trimestres, e o afrouxamento das exportações, que patinam neste início de ano, achataram a rentabilidade do suinocultor. Somente entre janeiro e março deste ano, o preço pago pelo suíno ao produtor caiu em média 35%. Praticamente em todas as regiões produtoras, o preço pago pelo suíno vivo é inferior ao gasto para produzir o animal. De acordo com o presidente da Acrismat, Paulo Lucion, para cada quilo de suíno produzido em Mato Grosso gasta-se em média R$ 2,10 e na hora de vender obtém apenas R$ 1,70 (kg). “Pelos cálculos apresentados anteriormente pela entidade, ainda que o preço da carne suína ultrapasse a média de R$ 2,50 (kg) no Estado, seria insuficiente para compensar os prejuízos acumulados até agora. Estamos comparando esse momento com a crise enfrentada pelos suinocultores em 2002”, afirmou o presidente. Lucion não concorda com apenas um dos itens apresentados no ato público. “Segundo o documento, os financiamentos para aumento de plantel devem ser interrompidos por 12 meses. A Acrismat não concorda com essa reivindicação, pois entende que os investimentos devem continuar”, afirmou. Para as lideranças do setor suinícola, o setor necessita de políticas públicas capazes de “blindar” o produtor em momentos críticos como este. Os produtores defendem uma política de abastecimento de grãos para o setor que englobe, por exemplo, a garantia de estoques estratégicos de milho e soja, principais insumos de alimentação dos animais, e direcionados especificamente para a produção de carnes.