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22 de Abril de 2010

Cultura de milho transgênico afeta plantações vizinhas, diz estudo

Estudo da Secretaria da Agricultura do Paraná concluído nestemês apontou contaminação de lavouras de milho comum por espécies transgênicas de plantações vizinhas, apesar de as duas áreas respeitarem a distância de separação estipulada pela Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio). A contaminação, segundo a pesquisa, ocorreu por meio da polinização empurrada pelo vento. O coordenador do trabalho, engenheiro agrônomo Marcelo Silva, afirmou que a distância de separação mínima e máxima, entre 20 e cem metros, conforme determina a Resolução Normativa número 4 da CTNBio, deve ser revista. "A coexistência entre lavouras comuns e transgênicas está posta em risco", disse. Para Silva, a norma da CTNBio é insuficiente. A pesquisa teve como objetivo medir a eficácia da norma. Silva afirmou que,diante dos resultados, o índice de contaminação pode ser alto no Paraná devido à configuração das propriedades rurais do Estado. "A característica fundiária do Paraná coloca pequenos agricultores com lavouras lado a lado", disse o engenheiro. O monitoramento para comprovar a mistura entre sementes convencionais e transgênicas foi feito na safrinha de 2009, entre os meses de fevereiro e junho,nas lavouras do oeste do Paraná, líder nacional na produção de milho. A troca de genes entre as plantas chegou a 4,4% a até 90 metros de distância entre as lavouras transgênica e convencional e a 1,3% a 120 metros de distância. A lei brasileira diz que o produto deve ser rotulado como transgênico se o percentual for superior a 1%. O presidente da CTNBio, Edilson Paiva, afirmou que determinou uma análise do estudo por especialistas da área de biossegurança. Segundo Paiva, a legislação atual "é mais do que suficiente" para evitar a transferência genética descontrolada de uma espécie de grãos para outra.