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14 de Outubro de 2011

Conselho nacional de pecuária rebate rumor sobre vírus da febre aftosa no Brasil

O Conselho Nacional da Pecuária de Corte (CNPC), órgão que representa a cadeia produtiva da carne bovina, rebateu hoje as declarações do presidente da Associação Rural do Paraguai (ARP), Juan Néstor Núñez, que pôs em dúvida o status sanitário do Mercosul. Na segunda feira, Nuñez afirmou ao site paraguaio ABC Digital que existe circulação do vírus da febre aftosa na região, independemente do foco encontrado em setembro no Departamento de San Pedro, no centro do Paraguai. Citando o Brasil, o presidente da ARP amenizou o tom: "não podemos ser irresponsáveis e dizer que Brasil e Uruguai têm aftosa baseando-se em rumores, como muita gente diz, mas que há boatos, há", disse ao site. "A declaração nos surpreendeu muito", disse o Diretor de Sanidade Animal do CNPC, Sebastião Guedes, em evento realizado na sede da entidade, em São Paulo. Segundo Guedes, a divulgação de boatos prejudica a credibilidade de região. "Se não agirmos com cautela, existe o risco de alguém pedir o desaparecimento do status de livre da aftosa com vacinação", advertiu, citando interesses de países como EUA e Austrália. Apesar de ressaltar a rapidez com que o Paraguai informou o foco de aftosa à Organização Internacional de Saúde Animal (OIE), o diretor do CNPC criticou a demora na realização do pedido oficial para o envio observadores internacionais, que aconteceu apenas na última segunda-feira. "Só ontem o [Centro Panamericano de Febre Afotosa] Panaftosa recebeu o pedido", afirmou. O representante do CNPC disse ainda que as investigações para encontrar a origem do foco da doença precisam analisar a região do Chaco, "considerada por muitos a maternidade do vírus", segundo ele. Perguntado sobre o Brasil, Guedes elogiou os avanços do combate à aftosa no país. Para ele, as medidas adotadas em Mato Grosso do Sul, um dos Estados mais vulneráveis por conta de sua fronteira com o Paraguai, foram "corretas". Ainda assim, diz ele, a fiscalização na região de fronteira do Centro-Oeste "merece mais atenção". No Paraná, "a estrutura de defesa agropecuária precisa avançar", afirma.