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29 de Outubro de 2024

Conheça o gasoduto e outras iniciativas da C.Vale para reduzir o impacto ambiental na suinocultura

Em um cenário cada vez mais competitivo no mercado global, manter bons indicadores de desempenho é essencial para o crescimento e a sustentabilidade de qualquer negócio. Consciente desse desafio, a C.Vale, uma das maiores cooperativas agroindustriais do Brasil, tem redobrado seus esforços para minimizar os impactos ambientais das suas atividades, implementado práticas mais sustentáveis, reafirmando seu compromisso com o meio ambiente e o desenvolvimento responsável do agronegócio.

Com presença em cinco estados brasileiros e no Paraguai, a C.Vale possui forte atuação nas cadeias de produção de grãos e de proteína animal. No setor da suinocultura, a criação dos suínos acontece nas propriedades dos próprios associados e está concentrada no Oeste do Paraná. A produção abrange as fases de creche, desmame e terminação, com os animais sendo enviados ao Frigorífico da Frimesa – cooperativa central composta ainda pela Copagril, Lar, Copacol e Primato – assim que atingem o peso ideal para abate. Todos os processos seguem as diretrizes do Programa Suíno Certificado Frimesa, que visa garantir a uniformidade e a qualidade em toda a cadeia produtiva, por meio de auditorias de conformidade.

Na Unidade Produtora de Leitões (UPL) da C.Vale são mantidas 1,3 mil matrizes avós e 1,7 mil matrizes comerciais, com capacidade anual de produzir 70 mil leitões comerciais, que são destinados às granjas dos cooperados para terminação. Além disso, a unidade gera 14 mil leitoas por ano, que serão futuras matrizes produtoras de leitões, garantindo a continuidade e expansão da produção.

A cooperativa ainda conta com uma Unidade Produtora de Leitões Desmamados (UPD) e uma Central de Recria para 22 mil leitões. A UPD tem capacidade atual para abrigar cinco mil matrizes comerciais, podendo ser ampliada para alojar até 10 mil matrizes. A atual estrutura possibilita uma produção anual de 150 mil leitões desmamados. Com tecnologia de ponta, a UPD é equipada com um sistema de climatização e automação avançado, garantindo maior eficiência no manejo e bem-estar dos animais. A estrutura inclui quatro barracões dedicados à gestação e um exclusivo para a maternidade, otimizando o espaço e o controle da produção.

Com olhar voltado à sustentabilidade, a UPD possui biodigestores capazes de gerar 5.700 kWh/dia de energia, reforçando o compromisso da C.Vale com a redução do impacto ambiental e o uso inteligente de recursos naturais.

Em entrevista exclusiva ao Jornal O Presente Rural, o médico-veterinário e gerente do Departamento de Suínos e Leite da cooperativa, Rafael Weiss, ressaltou que a C.Vale tem investido em diversas frentes de atuação para minimizar a pegada ambiental de suas atividades. Entre as principais iniciativas, estão a conservação de solos, plantio direto, cobertura de solo, processos de tratamento de águas residuais, compostagem de resíduos orgânicos e os biodigestores implantados nas granjas próprias da cooperativa. “Esses sistemas captam os dejetos gerados na suinocultura, que passam por um processo de fermentação e produzem biogás para produção de energia elétrica, o que contribui para a redução de emissões e diminui a dependência de fontes de energia não renováveis”, explica Weiss.

Manejo da água e do solo
Na produção de suínos, o médico-veterinário diz que a cooperativa atua para mitigar os impactos ambientais com ênfase no manejo eficiente da água e do solo. “A água é um recurso que exige racionalização e cuidado em seu manejo, porque além do consumo de água nas instalações e para os animais, quando usada de forma indiscriminada aumenta o volume de resíduos nas esterqueiras”, salienta Weiss.

Para evitar desperdícios, o profissional expõe que na cooperativa é feita a medição do consumo diário por meio de hidrômetros e promovido a conscientização sobre o uso racional da água. “Além disso, a manutenção da rede hidráulica e o emprego de equipamentos que racionalizem o consumo e o desperdício de água são essenciais”, afirma.

Outro ponto de atenção levantado por Weiss diz respeito ao emprego dos dejetos no solo, que podem ser uma excelente fonte de renda quando usado de forma correta nas atividades agrícolas e pecuárias. No entanto, o profissional destaca que, para que os dejetos suínos possam fornecer nutrientes às plantas, é necessário que passem por um processo de fermentação e estabilização. Esse tratamento reduz seu potencial poluente e facilita a liberação dos nutrientes para o solo. “O dimensionamento correto das esterqueiras, o emprego de biodigestores e o controle do uso e desperdício de água são fundamentais para garantir que o manejo dos dejetos seja sustentável e ambientalmente responsável”, evidencia.

Gargalos à geração de energias renováveis
De acordo com o gerente de suínos da cooperativa, a suinocultura oferece um enorme potencial para a geração de energias renováveis, contudo, ele ressalta que existem alguns desafios a serem superados para viabilizar o processo em larga escala. “O principal, talvez, seja a viabilidade econômica do sistema em relação à escala de produção, em que o ponto de equilíbrio requer um número de animais que, em nossa região (Oeste do Paraná), devido à estrutura fundiária e modelo de negócio, não é alcançado”, salienta.

O profissional também expõe outras barreiras para ampliar a adesão dos produtores ao sistema de biodigestores, que estão relacionadas a falta de equipamentos no mercado e, principalmente, a disponibilidade de assistência técnica e manutenção. Weiss destaca o exemplo da energia solar, em que a maior oferta de equipamentos e mão de obra facilitou a rápida implementação dessa tecnologia nas propriedades. Outro ponto crítico, segundo ele, é a apresentação física do dejeto, a dificuldade e o custo de transporte deste material, bem como seu potencial poluente.

Gasoduto e outras práticas

Médico-veterinário e gerente do Departamento de Suínos e Leite da cooperativa, Rafael Weiss: “A destinação de carcaças é feita através de compostagem, complementada por processos rigorosos de biosseguridade, garantindo que toda a cadeia produtiva esteja alinhada com as melhores práticas ambientais”

Nas granjas próprias da C.Vale, porém, a cooperativa já utiliza um sistema central de geração de energia elétrica por meio de geradores movidos a biogás. “Essa energia abastece as granjas e o excedente é exportada para a rede elétrica da concessionária”, frisa Weiss, ressaltando que a viabilidade da central se deu por meio do transporte de gás via gasoduto, uma solução que pode servir como referência para futuras expansões.

A C.Vale tem boas práticas ambientais integradas com o objetivo de minimizar o impacto da produção suína no meio ambiente, em parceria com os suinocultores associados. Para garantir a sustentabilidade e longevidade da atividade, a cooperativa segue rigorosamente as regulamentações do Instituto Água e Terra (IAT) e atende às exigências das certificações ambientais. “Um dos principais focos é o manejo adequado dos dejetos suínos, que são tratados de maneira a transformá-los em insumos para a agricultura ou para geração de  energia, ao mesmo tempo em que se controla seu impacto ambiental”, salienta Weiss.

Além disso, a C.Vale adota práticas como o recolhimento e a destinação correta de resíduos sólidos, incluindo frascos de medicamentos, embalagens de vacinas e outros materiais. “A destinação de carcaças é feita através de compostagem, complementada por processos rigorosos de biosseguridade, garantindo que toda a cadeia produtiva esteja alinhada com as melhores práticas ambientais”, aponta o médico-veterinário.

Fonte: O Presente Rural

Fotos: Divulgação/C.Vale