Notícias

CINGAPURA (Reuters) - Fortes preços domésticos e baixas reservas deverão obrigar a China a importar mais milho dos EUA este ano, apertando a já baixa oferta global, disseram analistas e autoridades da indústria nessa quarta-feira. As importações de milho da China devem mais que dobrar na atual safra 2011/12 para 4 milhões de toneladas, ante 1,5 milhão no ano anterior, disse uma autoridade sênior de uma empresa estatal, em conferência do setor em Cingapura. Chuvas excessivas no cinturão produtor de milho ao norte do país, no ano passado, reduziram a qualidade da safra doméstica, ajudando a elevar os preços do milho chinês em mais de 7 por cento até agora no ano. O contrato setembro em Dalian atingiu máxima de todos os tempos de 2.458 iuans por tonelada na terça-feira, tornando o milho mais barato dos EUA mais vantajoso. O Departamento de Agricultura dos EUA confirmou na terça-feira a venda privada de 240 mil toneladas de milho dos EUA da safra velha, para um comprador desconhecido, que traders acreditam ser a China. Um importador privado chinês comprou 120 mil toneladas de milho da safra velha dos EUA, cerca de três semanas atrás, na primeira grande venda para a China desde outubro. Dan Basse, presidente da consultoria AgResource Co, baseada em Chicago, disse ver a China comprando em julho, quando espera que as reservas estatais comecem a cair. Ele estima os preços da safra de milho norte-americana entre 6,80 dólares e 7,20 dólares por bushel, contra os cerca de 6,70 dólares por bushel de agora. Os preços do milho subiram quase 4 por cento até agora este ano, comparado com um ganho de quase 3 por cento em todo ano de 2011. A China, historicamente um exportador de milho, passou a importar milho em 2009, como a maior demanda por grãos superando a produção interna. A China comprou cerca de 2 milhão de toneladas de milho dos EUA nos últimos dois anos. Alguns analistas privados esperam que a China ultrapasse o Japão como o maior importador mundial de milho nos próximos anos. A China é o segundo maior consumidor mundial de milho. A agência estatal, encarregada das reservas de cereais, disse no entanto que não vai precisar importar grandes quantidades este ano devido à boa colheita de 2011.