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19 de Dezembro de 2023

Brasileiro terá oferta maior de frango e ovos em 2024, mas menos de carne suína

Exportações das carnes também deve crescer no próximo ano

O ano de 2024 deve ser mais positivo para avicultores e suinocultores do que este ano. A Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), que representa esses setores, vê um cenário mais fácil à frente — com a tendência de melhora nos indicadores econômicos — e projeta aumentos nas produções dessas proteínas.

“Com a reforma tributária, o Brasil caminha para ter mais estabilidade jurídica e atrair investimentos do exterior, o que se reflete nas condições econômicas e no consumo da população”, afirma Ricardo Santin, presidente da ABPA.

No ano que vem, a produção brasileira de carne de frango deve totalizar 15,35 milhões de toneladas, um crescimento de até 3,7% em relação à oferta de 2023, estimada de 14,8 a 14,9 milhões de toneladas.

As exportações de carne de frango devem alcançar de 5,2 a 5,3 milhões de toneladas em 2024, superando em até 3,9% os deste ano, previstos para fecharem entre 5,05 e 5,15 milhões de toneladas.

A disponibilidade no mercado doméstico será de 10 a 10,15 milhões de toneladas em 2024, cerca de 3,6% acima das 9,8 milhões de toneladas este ano. O consumo interno da proteína de aves, de 46 quilos por habitante no ano, pode chegar a 47 quilos em 2024 (+2,2%).

“A influenza pode ter papel ainda mais ativo no Hemisfério Norte com a chegada do inverno, e o Brasil pode ser chamado ainda mais para prover. Temos terra, grãos, gente vocacionada e capacidade de genética para crescer mais a nossa produção”, afirma Santin. Hoje, as exportações brasileiras representam mais de um terço do total no mundo.

Ovos
A produção de ovos totalizará 52,55 bilhões de unidades este ano e pode chegar a 56 bilhões de unidades em 2024, um aumento de 6,5%. O consumo é estimado em 242 unidades por pessoa em 2023 e 258 unidades no próximo ano (alta de 6,5%).

Os embarques de ovos devem ficar estáveis em 2024, na casa de 26 mil toneladas.

Ricardo Santin explica que o forte crescimento da produção de ovos reflete a queda em anos anteriores, provocada principalmente pelo aumento dos preços dos milho. “O pequeno produtor reduziu o número de matrizes mais velhas”, diz.

Suínos
No mercado de suínos, a tendência também é de crescimento no próximo ano. A ABPA projeta uma produção de 5,1 a 5,15 milhões de toneladas, pouco acima (+1%) do intervalo previsto para 2023, de 5 a 5,1 milhões de toneladas.

As exportações de carne suína tendem a chegar a 1,3 milhão de toneladas, aumento de 6,6% em relação a 1,22 milhão de toneladas este ano.

O consumo interno de carne suína, por sua vez, tende a ficar estável em 18 quilos por habitante. A disponibilidade interna será de 3,88 milhões de toneladas este ano e 3,85 milhões de toneladas em 2024.

Nem o El Niño assusta
Nem o atraso na safra de soja, por conta do clima, desanima o setor. Santin acredita que a segunda safra de milho não será prejudicada a ponto de faltar grão para o produtor brasileiro. “Tivemos uma boa safra também na Argentina e no Paraguai”, lembra.

Os casos de gripe aviária no país estão sob controle, segundo Santin. O país ultrapassou a marca de 200 dias sem surtos em granjas comerciais, partindo da confirmação do primeiro caso em animais silvestres. “Nenhum país conseguiu ficar tanto tempo”, frisa Santin.

Segundo a ABPA, o pico de migrações de aves para o Brasil passou, o que tende a frear o surgimento de novos surtos. No entanto, a ordem do setor é continuar com boas práticas adotadas nos últimos meses, que garantiram a biosseguridade e mercados abertos em todo o mundo.

Globo Rural / Imagem: SEBRAE