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No Mato Grosso, a colheita já começou. As máquinas fazem fila nas lavouras. As colheitadeiras avançam pela noite. “Às vezes, no apuro para aproveitar o sol que deu hoje, a gente entra um pouquinho pela noite”, conta o gerente da fazenda João Zanetti. Trabalho para garantir uma safra recorde. Em Mato Grosso, os agricultores reduziram a área plantada de algodão e arroz para aumentar a de soja. "Este ano, esperamos produtividade de 17 a 18 milhões de toneladas, um incremento na produção de 6%“, explica o diretor da Associação dos Produtores de Soja, Neri Geller. Uma imagem mostra bem o ritmo da colheita no campo: o congestionamento de máquinas agrícolas. A cada 15 minutos, elas carregam seis caminhões, o equivalente a 180 toneladas de soja. “Está praticamente comercializada já”, avisa um funcionário. A colheita, que está só começando vai até março. E ainda tem produtor pulverizando a lavoura. O período chega a gerar 40 mil empregos, parte deles temporários. São caminhoneiros, operadores de máquinas, auxiliares. “Eu não tinha serviço na cidade, mas comecei a trabalhar agora, já vou começar a ganhar dinheiro", afirma um homem. Nos últimos anos, Eliezer dos Santos conseguiu economizar parte do que ganhou na colheita. Com o dinheiro, realizou um sonho. “Consegui comprar uma casa na cidade de Sorriso, uma casinha boa, um dinheiro ganho na lavoura trabalhando”, diz o operador de máquina.