Notícias

03 de Julho de 2024

Boi e porco: Preços de carnes concorrentes têm menor diferença desde 2020; entenda cenário

Esalq/USP de Piracicaba (SP) aponta que preços médios das carnes suína e de frango subiram em junho, enquanto cotações da proteína bovina caíram. Oferta não acompanhou demanda.

Os preços médios das carnes suína e de frango tiveram alta em junho em relação a maio, enquanto as cotações da proteína bovina registram quedas neste mês, de acordo com levantamento feito pelo Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea) do campus da Universidade de São Paulo (USP) em Piracicaba (SP).

Os avanços nas cotações, segundo pesquisadores do Cepea, foram mais intensos para proteína suína. Como resultado desse cenário, a competitividade da carne de porco caiu frente às concorrentes.

No cenário da cadeia produtiva das carnes, os boletins semanais parciais de junho também demonstraram estabilidade nos preços médios do frango vivo, que estão praticamente estáveis, e que insumos importantes para a avicultura de corte, como o farelo de soja, por exemplo, tiveram alta. 

"A desvalorização da carne de frango está relacionada sobretudo ao aumento do poder de compra da população na primeira quinzena do mês, devido ao recebimento de salários", aponta o Cepea em boletim semanal.

Preços no atacado paulista
A carne vermelha é negociada em torno de R$ 15 o quilo no atacado paulista. Já as cotações da carne suína ficam em torno de R$ 10 o quilo e a proteína de frango, na casa dos R$ 7.

"Então, essa diferença entre as carnes concorrentes, de boi e porco, reduziu em R$ 5 em média o quilo e por volta de até R$ 8 na comparação entre as carnes de frango e boi", pontuou o coordenador de pecuária do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho..

Carne bovina: maior disponibilidade interna desde 2018
Outras análises do Cepea, divulgadas na última quinzena de junho de 2024, apontam aumento na disponibilidade de carne bovina no mercado doméstico. Em março, conforme publicado no g1, as exportações de carne bovina já recuavam e o mercado interno já aponta ritmo lento nos negócios. - 👉Leia mais, aqui.

O levantamento do Cepea aponta que o volume de carne bovina disponível no mercado interno voltou a aumentar de abril para maio, período considerado “final de safra”.

Cálculos feitos pelo Cepea, com base em estimativas próprias de produção e dados oficiais de exportação e importação, indicam que 613,54 mil toneladas de carne estiveram disponíveis no atacado nacional em maio, aumento de 11,6% em relação ao estimado para abril.

Entre janeiro e maio deste ano, a disponibilidade interna é a maior para o período desde 2018, somando cerca de 2,972 milhões de toneladas.

Queda no preço da carne bovina
Com aumento da disponibilidade de carne para os consumidores brasileiros, a quedas nos preços para o consumidor no atacado paulista foi de 10%, segundo estimativas da Esalq.

"O preço das carnes de frango e a carne de porco sobem porque têm um preço mais competitivo em relação à carne bovina. Devido ao primeiro semestre comprometer mais o consumidor com despesas extras e tributos, ele acaba optando pelas carnes concorrentes", explicou o coordenador de pecuária do Cepea, Thiago Bernardino de Carvalho.

Demanda não acompanhou oferta
Os preços do boi em queda ao longo do ano demonstram que a demanda não acompanhou a oferta, conforme os pesquisadores do Cepea.

"As exportações seguem firmes e foram recordes no acumulado de janeiro a maio. Quanto ao consumo doméstico, acaba sendo medido pelas alterações dos preços da carne, que, por sua vez, recuam neste ano, mas menos que os valores do boi", descreve o Centro em boletim semanal.
Boi gordo

O Indicador do Boi Gordo Cepea/B3 (estado de São Paulo) fechou em 223,75/arroba de 15 quilos.

Preços do suíno
O Indicador Cepea/Esalq do quilo do suíno vivo fechou em R$7,14 no Posto de São Paulo no dia 21 de junho, uma variação mensal positiva de 7,53%.

Em Santa Catarina, o valor fechou em R$ 6,48, alta de 8,54%.

No Rio Grande do Sul, o indicador ficou em R$ 6,49, aumento de 1,72% na parcial de junho, e no Paraná, o mês fechou em R$ 6,85, valorização de mais de 11%.

G1 | Foto: Divulgação