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26 de Julho de 2010

Bahia planeja construir 15 novos frigoríficos até 2011

O Estado da Bahia terá até março de 2011 mais 15 frigoríficos, além dos 30 em funcionamento na atualidade. A construção, prevista em convênio assinado pela Secretaria de Agricultura com 15 prefeituras, prevê uma capacidade adicional de abate de 30 a cem animais por dia, por unidade. Segundo o secretário estadual da Agricultura, Eduardo Salles, a abertura dessas novas plantas deve reduzir o abate clandestino no Estado, hoje equivalente a 37% do total, e estimular a produção da agricultura familiar, que abastecerá as empresas. De acordo com dados da secretaria, a Bahia possui 665 mil agricultores familiares, 14% de todo contingente do país, e rebanho de 11 milhões de cabeças de gado. – Metade da nossa pecuária está na agricultura familiar e, para abater os animais, os proprietários viajam cerca de 500 quilômetros de suas fazendas, o que fica muito caro – explica Salles. – Mapeamos o rebanho, detectamos os “buracos negros” e implantaremos os frigoríficos nas regiões destes produtores – ressalta o secretário. Dez frigoríficos com capacidade de abate de 30 animais por dia serão construídos nos municípios de Itanhém, Barra, Santa Rita de Cássia, Medeiros Neto, Valente, Iguaí, Araci, Itaberaba, Jaguaquara e Paramirim. O custo por unidade deste porte será de R$ 1,2 milhão. Já os outros cinco frigoríficos com capacidade de abate de até 100 animais por dia ficarão nas cidades de Bom Jesus da Lapa, Valença, Remanso, Morro do Chapéu e Itabuna, tendo investimentos de R$ 1,7 milhão a R$ 1,8 milhão cada um. Os recursos serão financiados pelos governos estadual e federal. As plantas dos frigoríficos, inspiradas em um projeto existente no Rio Grande do Norte, têm abate voltado para bois, mas possui módulos flexíveis para ovinos, caprinos e suínos. Também insere características culturais baianas, como o aproveitamento das vísceras brancas e vermelhas, usadas em pratos como dobradinha e sarapatel. A gestão das unidades será feita por cooperativas, com a participação de pecuaristas, prefeituras e de marchantes, a exemplo do que já acontece com o projeto potiguar. A ideia é que não fique tudo na mão do governo e que os frigoríficos tenham perenidade. Para o presidente da Associação Brasileira de Frigoríficos (Abrafrigo), Péricles Salazar, a iniciativa do governo da Bahia é positiva para o produtor, para o consumidor e para a economia do Estado. – Se a intenção é combater o abate clandestino, com a legalidade, a construção de novos frigoríficos pode ajudar na arrecadação dos impostos do Estado (...) Mas o mais importante é que esses locais sejam fiscalizados sanitariamente por médicos e inspetores veterinários do governo baiano para garantir a qualidade dos produtos – afirma.