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12 de Maio de 2010

Avicultura e suinocultura brasileiras devem crescer nos próximos dois anos

Os dois próximos anos serão de perspectivas positivas para a avicultura e de recuperação de lucros para a suinocultura. A opinião é de dois especialistas: Luiz Fernando Furlan, copresidente da BR Foods, e Jim Long, presidente da Genesus, empresa de genética suína do Canadá. Falando para cerca de 300 empresários da avicultura e da suinocultura latino-americanas durante a abertura de um evento em Florianópolis, Furlan e Long traçaram um detalhado perfil das atividades, apontaram adversidades, mas concordam que a produção animal no Brasil tem horizonte favorável à frente especialmente por conta do esperado aumento da demanda mundial de proteínas animais e pela clara vocação brasileira para o agronegócio. Entre as adversidades da avicultura, Luiz Fernando Furlan cita os preços dos grãos. “A média do bushel da soja na Bolsa de Chicago foi de US$ 6 nas últimas três décadas. No momento, oscila acima dos US$ 8/bushel e acredito que deva se manter nesse patamar. Os olhos do mercado devem se voltar para China e Índia. Se houver explosão de demanda, os custos da avicultura podem subir”, assinalou o copresidente da BR Foods. Mas Furlan mostrou-se otimista em relação ao futuro da atividade, especialmente por conta da importância do frango brasileiro no comércio internacional e da competência do Brasil na produção avícola. Porém, fez questão de enfatizar a importância da questão sanitária, e propôs um desafio: “É preciso agregar valor ao frango, que ainda é percebido como um alimento barato”. Jim Long, da Genesus, é igualmente otimista com a suinocultura. Para ele, o crescimento das exportações brasileiras de carne suína depende primordialmente do País, que deve focar o seu trabalho na abertura de novos mercados. “A Rússia absorve cerca de 50% das vendas externas brasileiras. É preciso diversificar os compradores”, sugere. Long mostrou-se entusiasmado com as potencialidades do Brasil em termos de preço e volume. “As condições são espetaculares”. No entanto, alertou para a questão sanitária. “A percepção externa é de que o Brasil ainda enfrente problemas de saúde animal, como a aftosa. Os casos, mesmo que isolados, determinam desconfianças e isso precisa ser sanado rapidamente. Jim Long também vê grande potencial de crescimento do consumo interno de carne suína. “Na China, a demanda per capita é de 35 kg/ano. O Brasil pode bem mais que os 13 kg atuais”.