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Com a colheita praticamente encerrada, os produtores de soja da Argentina comemoram um resultado superior às previsões mais otimistas. De estimativas iniciais em torno de 48 milhões de toneladas, a produção final da safra 2009/10 alcançará "com grande segurança" 55 milhões de toneladas, um número recorde, disse a Bolsa de Cereais de Buenos Aires, em seu último relatório semanal. Já foram colhidos 98,6% dos 19 milhões de hectares plantados. Houve perdas de apenas 350 mil hectares. A grande interrogação, agora, é se a China voltará a comprar óleo de soja da Argentina nos volumes anteriores. Em abril, o governo chinês determinou a suspensão de novas encomendas. A justificativa é técnica, mas se dá como certo que se tratou de represália à avalanche de medidas antidumping aplicadas por Buenos Aires a produtos industriais "made in China". Com isso, a Argentina arrisca um negócio que deveria render de US$ 1,5 bilhão a US$ 2 bilhões às suas exportações neste ano. Parte dos embarques foi desviada à Índia, mas a preocupação é tamanha que o governo argentino mandou uma comitiva de altos funcionários a Pequim, há duas semanas, na tentativa de buscar uma solução.