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26 de Novembro de 2014
Acrismat reúne com Governador eleito de Mato Grosso
A diretoria da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat) se reuniu, na segunda-feira, 24, com o Governador eleito de Mato Grosso, Pedro Taques. Questões sanitárias, ambientais, logística e tributos foram alguns dos temas discutidos no encontro.
De acordo com o presidente da Acrismat, Raulino Teixeira Machado, a categoria enfrenta forte insegurança em relação às questões sanitárias no Estado. A falta de investimento e a deficiência do órgão pode ocasionar o aparecimento de problemas sanitários que afetam a suinocultura.
“Essas questões envolvem e preocupam todas as cadeias produtivas. A detecção de quaisquer enfermidades implicará em embargos econômicos por parte dos países importadores de carne e descrédulo no serviço de vigilância sanitária na nossa região. É por isso que chamamos atenção para o tema antes que afete de forma dura a nossa produtividade”, salienta Raulino.
Há vários anos cobrando uma posição das autoridades, a Acrismat lembrou o novo Governador sobre um tema que gera garantia econômica fundamental para a suinocultura. O Programa Geral de Preços Mínimos (PGPM) é assegurado pelo Decreto-Lei 79/66 e pela Lei do Senado 8.427/92 e estabelece que a União deve garantir, por meio de subvenções econômicas a produtores rurais e suas cooperativas, preços mínimos para determinados produtos das atividades agrícola, pecuária ou extrativista. Porém, a carne suína ainda não foi incluída no PGPM.
“Esse instrumento de Política Agrícola trará importante parâmetro de referência para orientar a comercialização. Poderá ainda reduzir custos e aumentar a renda, dando condições de sobrevivência para o produtor e conseguir ainda manter competitividade junto ao mercado interno e externo”, afirma o vice-presidente da Acrismat, Paulo Lucion.
Na oportunidade, ainda foi abordado outro tema que preocupa não só a cadeia produtiva da suinocultura, mas que afeta diretamente todo o agronegócio em Mato Grosso. As questões tributárias são um forte gargalo para quem quer tirar o produto do Estado, principalmente quando se trata do suíno vivo. A preocupação da categoria é em relação à sistemática de cálculo do valor do suíno vivo, que considera o acréscimo de 12% do valor médio da carne para a saída do Estado.
O presidente da Acrismat lembra que em outras categorias, como a carne bovina por exemplo, já existe o desconto de 5% em cima do valor de negociação do animal vivo em Mato Grosso, medida que também pode ser adotada na suinocultura, como já é feito em outras Unidades da Federação.
“A carne suína mato-grossense ficaria muito mais competitiva no mercado nacional. Afinal, já é clara a desvantagem de preços quando se pretende negociá-los com empresas de Estados vizinhos ou até mesmo em São Paulo, que é o maior consumidor do nosso produto. A quantidade de animal vivo que sai daqui é pequena, sendo assim, não afetaria os ganhos da região”, observa Raulino.
Frente Parlamentar da Suinocultura
A Acrismat está trabalhando para agendar ainda este ano uma reunião da Frente Parlamentar da Suinocultura com representantes do Estado. Ideia é tratar dos assuntos da suinocultura, principalmente no que tange às questões sanitárias e ambientais, para sensibilizar os Governos Estadual e Federal no desenvolvimento de ações específicas sobre este tema.
O setor está preocupado com os prejuízos que a cadeia produtiva de Mato Grosso pode ter em relação às novas diretrizes da Organização Mundial de Saúde Animal (OIE) quanto à Peste Suína Clássica (PSC). A partir de 2015, a PSC passa a fazer parte da lista de doenças de reconhecimento mundial e Mato Grosso precisa se adequar às novas regras para não perder mercado em um futuro próximo.
A suinocultura em Mato Grosso
A produção no Estado é tecnificada, possui sustentabilidade ecológica e ocupa o 5º lugar de produção no país. Conta atualmente com um plantel de cerca de 120 mil matrizes, sendo que cada matriz gera de 24 a 25 terminados por ano, com alto grau de evolução genética.
Contribui ainda na agregação de valor dos grãos, com média de 2,7 Kg de ração por cada Kg de suíno produzido. A cadeia produtiva da suinocultura ainda viabiliza a geração de 8.750 empregos diretos e mais de 30.000 empregos indiretos em Mato Grosso.