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09 de Fevereiro de 2024
Acrismat oficializa demandas da suinocultura ao secretário Neri Geller
O presidente da Associação dos Criadores de Suínos de Mato Grosso (Acrismat), Frederico Tannure Filho, ao lado de outras lideranças do setor produtivo de Mato Grosso, se reuniu com o secretário de Política Agrícola, Neri Geller, em Brasília, para debater soluções para amenizar a crise enfrentada pelos produtores por conta da quebra de safra, causada pelas condições climáticas. Apesar da divergência da porcentagem nas pesquisas divulgadas por entidades ligadas ao setor, a queda na produção é dada como certa, e pode variar entre 14% e 20% de redução em comparação com a safra 2022/2023.
Para suinocultura as demandas foram oficializadas após uma primeira reunião realizada em janeiro, na sede da Famato. A associação pediu ampliação de 27 ton/mês para 50 ton/mês da compra de milho na modalidade de venda balcão junto à CONAB, o estabelecimento de uma Política Geral de Preços Mínimos (PGPM) para os suínos, a ser implementada em parceria com a Associação Brasileira dos Criadores de Suínos (ABCS) e redução das exigências de garantia para o financiamento para Retenção de Matrizes Suínas.
“A suinocultura voltou a oferecer uma pequena margem aos produtores após atravessar um longo período de crise. Agora, com a possibilidade da quebra de safra da soja e do milho, principais insumos da alimentação do suíno, o setor já liga o sinal de alerta para os custos de produção, e essas demandas que apresentamos é uma forma de salvaguardar os suinocultores futuramente”, explica o presidente da Acrismat, Frederico Tannure Filho.
Segundo dados do Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea), a expectativa é uma quebra de 13,99% em relação ao colhido na safra passada. Conforme divulgado também pela entidade, o Custeio Operacional Total (COT) da soja está estimado em 54,73 sacas/hectare e a expectativa de safra está, em média, na casa de 53,59 sacas/hectare.
Fórum Agro MT
No ofício entregue pelo Fórum Agro MT, a sugestão para os produtores é a criação de uma linha de custeio, com dois anos de carência e cinco de prazo para pagamento, e uma linha de crédito para investimento, com carência de um ano e prazo de três anos para pagamento. Com o atual cenário de falta de recursos do Governo para novas linhas de crédito, a sugestão da entidade é buscar recursos para o empréstimo em dólar, com taxa pré-definida de até 7% mais variação cambial.
“Qualquer pessoa só de bater o olho já consegue observar que essa conta não fecha, e o produtor, que conhece as dificuldades da atividade, sabe que o custo operacional maior que a expectativa da safra é preocupante. Por isso sabemos o que é preciso para alentar o produtor e solicitamos linhas de crédito para custeio e para investimento, não só para o produtor de soja e milho, mas também para outras culturas, bem como aos criadores e para o setor de sementes”, ponderou o presidente do Fórum Agro, Itamar Canossa.
O Secretário agradeceu a proximidade com o setor produtivo, e a participação do poder legislativo na reunião e disse que a Secretaria está de portas abertas para ouvir o produtor. “Estamos aqui para ouvir o setor e encaminhar uma solução para as demandas apresentadas. Nós já temos algumas ações em desenvolvimento para socorrer o produtor neste momento de dificuldade, e vamos também buscar parcerias com o Governo do Estado para que possamos fazer uma proposta com recurso federal, estadual e com participação do produtor, para que, quando uma situação dessa ocorrer, todos possam estar respaldados pelo seguro agrícola” afirmou Neri Geller.
Aprosmat
O setor de sementes também teve demanda inclusa no ofício. A Associação dos Produtores de Sementes de Mato Grosso (Aprosmat) solicitou a ampliação do limite de financiamento para o produtor de sementes para o valor de R$ 35 milhões, por CPF ou CNPJ, no Empréstimo do Governo Federal (EGF), a partir da safra agrícola 2023/2024, tendo como referência o preço do mercado de sementes. Também consta de suas reinvindicações que o setor de sementes e mudas seja enquadrado como beneficiário dos descontos das taxas de financiamentos do Governo Federal, devido as boas práticas de serviços ecológicos e ambientais promovidos pelo setor.