Notícias

13 de Janeiro de 2010

ABCS e FINEP firmam convênio de pesquisa para reestruturação da cadeia

A Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS) e a Financiadora de Estudos e Projetos (FINEP) consolidaram convênio de pesquisa voltado para a reestruturação da forma de comercialização da carne suína no Brasil, visando permitir que os produtos cheguem aos consumidores de forma mais prática, atraente, versátil, nem sempre associada à gordura e com preços competitivos. Intitulado “Pesquisa e sistematização tecnológica de produtos e processos voltados para a pequena e média indústria de abate e processamento de suíno”, o projeto vai sistematizar técnicas e conhecimentos com vistas a influenciar produtos e processos nas áreas de abate, processamento, embalagem, refrigeração e logística. O convênio conta com R$ 1,2 milhão em recursos e parceria com instituições de referência em pesquisa de alimentos, carnes e suinocultura, como o Centro de Tecnologia de Carnes do Instituto de Tecnologia de Alimentos – CTC/ITAL, a Faculdade de Engenharia de Alimentos da Unicamp e o Centro Nacional de Pesquisas de Suínos e Aves – CNPSA/EMPRABA. Para o Presidente da ABCS, Irineu Wessler, os resultados desse projeto de pesquisa serão de fundamental importância para o Projeto Nacional de Desenvolvimento da Suinocultura (parceria da ABCS com o SEBRAE Nacional e a Confederação Nacional da Agricultura – CNA). “Para que o PNDS atinja seu objetivo e a meta de ampliar em dois quilos per capita o consumo de carne suína no país, no prazo de três anos, é preciso estabelecer ações de forma integrada em todos os elos da cadeia produtiva, trabalhando a carne suína desde sua origem na granja e incentivando a sustentabilidade da atividade”, conclui Wessler. O projeto foi elaborado com base na experiência adquirida por meio da implantação de projetos pilotos durante os anos de 2006 e 2008 como a Campanha “Novo Olhar Sobre a Carne Suína”, que possibilitaram testar hipóteses sobre as preferências dos consumidores e identificar as fragilidades da cadeia produtiva. Dentre os entraves encontrados durante a Campanha está a comercialização da carne suína em carcaças, divididas em duas bandas, o que define a disponibilidade final de corte em proporções fixas, não permitindo a atendimento das preferências do consumidor. Segundo Rubens Valentini, conselheiro de relações de mercado da ABCS, há a necessidade de agregar valor à carcaça e adequar a obtenção de cortes para vendas tanto na forma processada quanto na não processada. “A razão desse projeto é aumentar o rendimento da carcaça, agregando maior valor ao produto e, assim, ampliar o retorno para a atividade frigorífica, principalmente para as pequenas e médias empresas”, explica Valentini. Ainda segundo ele, o projeto também apresentará alternativas de produtos industriais simples e complementares aos cortes para varejo, orientando o uso para cortes não demandados, retalhos e pele provenientes da desossa. Para esse aproveitamento econômico, o projeto visa produzir um sistema público de classificação de carcaças de fácil aplicação e que possa ser utilizado por diferentes empresas com benefícios para a industrialização e produção de cortes para o varejo, além de estabelecer novos padrões para embalagens, instalações, equipamentos, entre outros. Os Centros de pesquisas, instituições executoras do projeto, contribuirão na construção de modelos técnicos e econômicos, que irão definir para cada tipo de corte o padrão de peso, porcentagem e quantidade de carne ideal das carcaças. “O objetivo do convênio é operacionalizar o destino das carnes, seja in natura ou processada e utilizar um sistema de tipificação eletrônica (método desenvolvido e implementado na Europa) que apresente o aproveitamento econômico adequado da carcaça. Além desse processo realizaremos pesquisas para estabelecer novos padrões de instalações, ferramentas e equipamentos que operem em condições adequadas aos objetivos de qualidade e extensão da vida útil dos produtos”, explica Tadeu Facco, Doutor em Engenharia de Alimentos e Tecnologia em Carnes, do ITAL. Para o chefe-geral da CNPSA/Embrapa, Dirceu Talamini, a participação no projeto vem de encontro com a visão da Embrapa em fortalecer a suinocultura brasileira e ampliar o mercado interno. “A união dos Institutos possibilitará aprimoramento na qualidade da carne e a criação de novas tecnologias para que, além do mercado interno, o Brasil venha exportar esses novos cortes a grandes países consumidores”, conclui. Para a realização desses estudos, cerca de 700 mil reais serão destinados à compra de equipamentos. Além de mais recursos para bolsas de estudos e financiamentos de pesquisas.