Notícias

27 de Setembro de 2011

Abate suíno com insensibilização por CO2 garante qualidade da carne

Desde 2009, foi instituído no Brasil o Programa Nacional de Abate Humanitário (Steps). A iniciativa da Sociedade Mundial de Proteção Animal (WSPA-Brasil) foi lançada com o objetivo de melhorar o tratamento dado aos animais de produção em todas as fases do manejo pré-abate e no abate. Desde então, a entidade tem promovido diversas ações de conscientização, além de cursos especiais sobre métodos de abate destinados aos profissionais da produção animal. Muitas empresas também adotaram programas de abate humanitário em suas instalações, preocupadas com o bem-estar animal. Aplicadas no mundo todo, as técnicas de insensibilização de suínos consistem na instantânea e completa inconsciência dos animais na hora do abate. O processo oferece vantagens tanto aos animais quanto ao frigorífico. No Brasil, de acordo com José Rodolfo Panim Ciocca, zootecnista e supervisor de Bem-estar Animal do WSPA, o uso da pistola de dardo cativo e da eletronarcose são os procedimentos mais utilizados para insensibilização de suínos na hora do abate. No entanto, há empresas que optaram pelo abate através da insensibilização por CO2 [saiba mais sobre os métodos aqui]. É o caso da A Sul Valle Alimentos. De acordo com Fabrício Paloschi, assessor de Otimização e Administração de Vendas da empresa catarinense, a Sul Valle é uma das pioneiras no sistema de insensibilização por meio de CO2, sendo a empresa concebida e inaugurada já com esse método de insensibilização, em 2009. Ele explica que o método colabora com a redução do stress animal no abate e garante melhor qualidade da carne, além de reduzir as perdas no processo produtivo. "Devido ao ganho de qualidade na carne e por garantir um melhor bem estar do animal, podemos atender alguns mercados mais exigentes", pontua Paloschi. Segundo o assessor, no processo de insensibilização por CO2, os suínos são conduzidos até o insensibilizador - que consiste em uma espécie de roda gigante, que transporta o animal para o fundo de um fosso. A cada estágio ele recebe menos oxigênio e mais CO2, que devido a ser mais pesado que o ar concentra-se no fundo. Pela falta de oxigênio o animal entra em um estágio de coma profundo [mantém todos os sinais vitais ativos] e é trazido nesse estado para cima, sendo então pendurado e transportado para a sangria. "Graças a este sistema a empresa possui menores perdas com fraturas e salpicamento da carne. Além disso, a Sul Valle Alimentos tem recebido auditorias [do WSPA] que atestam o diferencial da empresa no manejo pré-abate dos animais", afirma Paloschi. A Sul Valle atualmente exporta produtos suínos para o Leste Europeu, Ásia, África, América Central e América do Sul. Em 2011, a empresa prevê um crescimento de 48% em seu faturamento, sendo que 100% será proveniente do setor de suínos.